Após as reiteradas reclamações de consumidores e frequentes quedas de energia, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público abriu inquérito para investigar as constantes quedas de energia elétrica no Distrito Federal. Na última sexta (05), a Promotoria solicitou explicações para a razão das quedas à Companhia Energética de Brasília (CEB) e Furnas, que têm um prazo de dez dias para dar respostas ao órgão.
Furnas informou que vai prestar todos os esclarecimentos solicitados pelo MP e que estão previstos investimentos de cerca de R$ 300 milhões em obras de reforço, modernização e revitalização do parque de transmissão em Goiás, Mato Grosso e DF. A CEB ainda não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem, mas em março havia informado que reconhece que seu sistema está defasado, informando que este ano deve investir R$ 213 milhões em linhas de distribuição de energia e nas subestações.
Após uma série de problemas de desligamentos inexplicados na rede elétrica, o presidente da CEB Rubem Fonseca disse ao Câmara em Pauta em novembro do ano passado que até maio, o sistema estaria mais robusto e os problemas iriam ser resolvidos mais rapidamente. Segundo ele, os chamados "apaguinhos" continuariam ocorrendo, porque é uma auto proteção do sistema.
O promotor Leonardo Bessa, que está à frente desta questão, argumenta que entre os transtornos representados pelas frequentes interrupções de energia, estão os danos patrimoniais e morais causados aos clientes. Em março, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou dados de uma avaliação feita entre janeiro e dezembro de 2012, que apontam a CEB como a terceira pior distribuidora de energia do país, à frente apenas da Companhia Elétrica do Pará (Celpa) e da Companhia elétrica de Goiás (Celg). Em dezembro a Agência divulgou os dados até outubro, dizendo que no DF foram mais de 271 horas de escuridão em média.
O ranking da Aneel é elaborado com base no indicador de Desempenho Global de Continuidade (DGC), que leva em conta o número de horas que o consumidor fica sem energia elétrica durante um período e quantas vezes houve interrupção na unidade consumidora. A melhor posição foi da companhia Luz e Força Santa Cruz, de São Paulo, seguida da Companhia Energética do Ceará (Coelce) e na posição de terceira melhor ficou a Companhia Energética do Maranhão (Cemar).