A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um homem identificado como Bruno Eduardo Oliveira Bezerra, de 28 anos, acusado de matar a própria mãe, Suzeli Oliveira de Melo, de 51 anos, por estar insatisfeito com a mesada que recebia dela. O rapaz foi preso nesta quinta (11), pelo crime que aconteceu em abril de 2012, em Taguatinga e estava sendo investigado pela 12ª delegacia.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Moisés Martins de Sousa, Bruno não trabalhava, costumava discutir com a mãe por dinheiro e tinha interesse no imóvel que estava em nome da vítima. Não há indicativo de que o suspeito usava droga. “Pelo que nós apuramos a motivação do crime foi mais uma vez relacionado à questão de condição econômica. Ele morava sozinho com a mãe, que era separada do pai, e dependia dela. Ele não estava satisfeito com a mesada que recebia dela e várias discussões entre os dois foram percebidas pelos vizinhos e pela tia dele. A intenção do Bruno era que a mãe agonizasse e morresse no local”, disse o delegado.
O delegado disse o crime foi descoberto, porque uma vizinha desconfiou da falta de notícias da mulher. Ao ir até o apartamento de Suzeli, a vizinha a encontrou deitada na cama com lesões na cabeça e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que encaminhou a mulher para o Hospital de Base de Brasília, onde ficou dez dias internada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A polícia estima que ela tenha ficado cerca de um dia e meio ferida, até ser socorrida.
Investigações – Segundo o delegado, o Instituto Médico Legal (IML) detectou que as lesões na cabeça eram incompatíveis com a versão do filho, de que ela teria escorregado e caído. Além de traumatismo crânio encefálico, ela teve uma fratura na perna, o que não pode ser decorrente de uma queda da própria altura.
A perícia apurou ainda que o suspeito fez uma limpeza no local do crime para apagar pistas. O delegado contou ainda que, após o crime, quando as investigações começaram, o rapaz fez uma tatuagem em homenagem à mãe.
Prisão – De acordo com o delegado, no momento em que foi encontrado, em Samambaia, na casa do pai, o suspeito se preparava para fugir para São Paulo, por orientação do pai. “Assim que saiu o mandado de prisão, colocamos equipes nas ruas para prendê-lo, mas o pai dele que é advogado tomou conhecimento e planejou a fuga do filho para o estado de São Paulo. Porém, como nós tínhamos fechado todo o cerco, conseguimos prendê-lo em uma casa de Samambaia. O pai dele estava com a mala toda pronta para dar fuga ao filho. É uma atitude até compreensível, mas fica fora do padrão”, afirmo Moisés.
Bruno não era considerado foragido porque a polícia só concluiu que ele é o principal suspeito após depoimentos de testemunhas e dados da perícia. O acusado será indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio empregado e pode pegar até 30 anos de prisão. Ele não tinha passagem pela polícia e não há indicativo de que usasse drogas. Em depoimento, ele negou qualquer envolvimento com a morte da mulher e permaneceu calado.