Polícia peruana investiga sumiço de estudante brasiliense como crime

Publicado em: 26/02/2013

O desaparecimento do estudante brasiliense Artur Paschoali na região do distrito de Santa Teresa, próximo a Cuzco será investigado como crime pela polícia do Peru. Artur sumiu há pouco mais de dois meses e após buscas sem êxito, o caso passou a ser tratado como criminal. A partir de agora, a investigação parte para a tese de um possível seqüestro e até mesmo assassinato. Os pais do estudante, Wanderlan Vieira e Susana Paschoali, acompanham as buscas e investigando por conta própria há mais de um mês e meio no país vizinho. Artur estudava Artes Cênicas na Universidade de Brasília (UnB) e estava viajando e trabalhando no Peru, quando desapareceu.

Felipe Paschoali, irmão de Artur, afirmou que as autoridades peruanas vasculharam repetidas vezes toda a área em que o estudante foi visto pela última vez e descartam que tenha sido um simples desaparecimento e que decidiram partir de fato para a hipótese de crime, que já havia sido aventada. “Eles já varreram a área demais e não acreditam mais que tenha sido um simples desaparecimento. Acham que ele pode ter sido vítima de alguém, que tenha sido ferido. Eles sempre trabalharam com essa hipótese, mas nos últimos dias ela ficou mais concreta”, afirmou à imprensa brasileira.

Entenda o caso – Segundo Felipe, 45 agentes policiais de todo o país atuam no caso e que os pais acompanham tudo e só devem voltar, quando encontrarem o filho, de quem não têm notícias desde o dia 21 de dezembro. “Eles têm uma rotina que começa pela manhã e se estende até quase a madrugada, acompanhando policiais ou perguntando pelo Artur para os moradores locais, em busca de alguma pista. Não vão voltar até encontrar meu irmão”, diz Felipe. “Nós vamos atrás de qualquer tipo de informação. Mas, infelizmente, a maior parte delas se revela enganosa”, disse Felipe.

Artur está desaparecido desde o dia 21 de dezembro, quando saiu para tirar fotografias no distrito de Santa Teresa. Ele estava hospedado em um restaurante local, onde também trabalhava. Em janeiro, foram encontrados objetos que parecem ser de Artur e foram tidos como indícios de que ele estava vivo e andando pela região. Pedaços de roupas queimadas foram achados perto de uma fogueira apagada, na região de Cuzco. Também houve relatos de pessoas que disseram ter visto Artur pela região.

Itamaraty – Desde o início do caso, a família vem relatando problemas e falta de suporte do Itamaraty. Desta vez, com o direcionamento da investigação para a esfera criminal, a família espera por suporte jurídico. Na última quinta (21), Felipe relatou que a espera da vez era de cerca de 15 dias, por assistência de um advogado para acompanhar o caso junto às autoridades, que foi prometido pela embaixada do Brasil em Lima. Um advogado indicado pela embaixada chegou a prestar assistência à família em janeiro, mas apenas por dois dias.

O Itamaraty respondeu à imprensa, que o requerimento da família para ter acompanhamento de um advogado está sendo analisado e que está prestando toda assistência os familiares de Paschoali e que o embaixador brasileiro no Peru está em constante contato com as autoridades locais.

Ajuda – Para continuar com as buscas, a família do estudante decidiu pedir ajuda financeira, já que os gastos já chegam a R$ 26.432 e o casal começa a enfrentar dificuldades para permanecer na região acompanhando os trabalhos das autoridades competentes. Em carta enviada à imprensa, os pais Susana e Wanderlan De Souza Vieira agradecem o apoio e explicam que a Embaixada do Brasil no Peru tem apoiado, intervindo junto às autoridades peruanas, mas "não tem condições de nos apoiar financeiramente".

Pela página do Facebook, foi lançada a proposta de que cada pessoa que pudesse, doasse R$ 1,00. Como a página tem mais de 12 mil seguidores, se cada um ajudasse, o montante poderia ajudar bastante. As doações podem ser feitas na conta do Banco do Brasil, agência 2901-7, CC 35600-X, em nome de Felipe Paschoali de Almeida, irmão de Artur.

Leia a nota na íntegra:

Como brasileiros e conhecedores das dificuldades de nosso País e do País que acolheu a nosso filho e a nós, manifestamos primeiramente a Deus, aos nossos familiares e amigos, a gratidão pelo imenso apoio e energia positiva que nos tem sustentado e tranquilizado para enfrentarmos todas as dificuldades que a vida nos permite, como forma de aprendizado.

Dentro de suas possibilidades, desde o primeiro momento, a Embaixada do Brasil no Peru tem nos apoiado, ou seja, tem mantido sempre a presença de um representante de nosso povo e intervindo junto às autoridades peruanas, respeitando sua soberania e exaltando sua dignidade. 

Cremos que, pelas dificuldades financeiras de nosso País, a Embaixada Brasileira no Peru não tem condições de nos apoiar financeiramente. Porém, nossos familiares, amigos e o povo brasileiro estão empenhados em obter recursos para nossa busca através do Banco do Brasil, agencia 2901-7, CC 35600-X em nome de Felipe Paschoali de Almeida.

Teremos também, no início do próximo mês, um evento (Tarde de Tortas) a ser realizado no Lar dos Velhinhos Maria Madalena em Brasília, instituição esta, em que nossa família e amigos auxiliamos voluntariamente a cerca de duas décadas, com nosso amor e trabalho.

Com estas atitudes fraternas, esperamos obter o valor necessário para financiarmos o que for preciso para a continuidade das buscas. Ressaltamos que, caso o valor atingido seja acima do precisamos, o mesmo será revertido para uma instituição, conforme já informado no grupo VAMOS ACHAR O ARTUR.  

Informamos que até o presente momento os gastos atingiram R$ 26.432,00 ( Vinte e seis mil, quatrocentos e trinta e dois reais).

Confiantes de que nosso filho está vivo e precisando de nós, continuaremos fortes nesta busca e firmes em Deus!

Gratidão a todos.

Susana e Wanderlan De Souza Vieira

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