GDF afirma em nota ao Câmara em Pauta que matança de animais no CCZ é boato

Publicado em: 22/01/2013

Através de nota, o governo do Distrito Federal classificou como “boato” a informação de que animais estavam prestes a ser sacrificados no Centro de Controle de Zoonoses de Brasília (CCZ), por falta de espaço, divulgada em matéria do Câmara em Pauta nesta segunda (21), que repassa o pedido de ajuda para conseguir adotantes no sentido de evitar que animais saudáveis fossem sacrificados no CCZ de representantes de uma associação de proteção animal, que não vamos divulgar com base à garantia constitucional do sigilo da fonte.

Na nota, o GDF diz: “Sobre o boato de que 30 gatos seriam sacrificados pelo Centro de Controle de Zoonoses, a Diretoria de Vigilância Ambiental da @Secretaria de Saúde do DF informa que nenhum animal saudável é sacrificado por falta de novos lares” e que o CCZ “sacrifica apenas animais doentes com males que afetam a saúde do homem, como a raiva e a leishmaniose. Animais com comportamento agressivo, com histórico de ataques a pessoas e outros animais também podem vir a ser sacrificados”.

 

Na nota, o GDF ressalta o que a matéria já disse: que o CCZ não é abrigo e reforça o que Câmara em Pauta disse por mais de uma vez, que o Centro propicia a adoção. “Apesar de ser um centro de controle de doenças, o CCZ tem uma média de 40 animais por mês para doação, que foram encontrados nas ruas ou abandonados por seus antigos donos. Quem quiser adotar um animal de estimação pode ir à sede da Zoonoses, de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h. Basta ter 18 anos ou mais e apresentar documento de identidade”.

 

Repercussão – A matéria classificada como boato teve, até a manhã desta terça (22) mais de 45 mil acessos, com repercussão no Brasil todo. Vale ressaltar que o pedido de ajuda vem sendo feito nas redes sociais há mais de uma semana e só após este Portal reverberar, teve resposta. Se é boato ou não, Câmara em Pauta registra que o “equívoco bem intencionado” como classificou a Dival em contato telefônico traz à tona uma discussão sobre as políticas de controle da população animal, ou a falta delas. 

 

O Distrito Federal conta apenas com o CCZ como um dispositivo público voltado para esta questão e a função do Centro é de combater Zoonoses, não de abrigar ou receber animais abandonados. Segundo Simone Gonçalves de Lima, diretora da Associação Protetora dos Animais do DF (ProAnima), há anos a entidade busca uma mudança de postura do GDF perante a questão. “A ProAnima trabalha há muitos anos para que o GDF adote uma nova política ética, eficaz e humanitária relativa aos animais domésticos no DF. Em muitos outros estados e municípios existam campanhas de esterilização cirúrgica de animais , campanhas de adoção e a humanização dos CCZs. Embora a nota do GDF nos tranquilize a respeito destes animais em específico, sabemos que o CCZ precisa mudar de mudanças urgentes”, afirma, ressaltando que em carta aberta enviada em fevereiro de 2012, todos esses pontos foram tratados. Clique aqui para ler o documento na íntegra. 

 

Segundo a Proanima, a primeira dessas mudanças seria exatamente deixar de receber animais abandonados, até porque abandono de animais é crime de maus tratos e está previsto na Lei Federal 9.605/98, que estipula pena de detenção que pode ir de três meses a um ano, além de multa. Para que o CCZ não receba animais, acreditamos que o próprio Estado teria que prover um local para este fim, uma vez que, de acordo com os artigos 1° e 2º, parágrafo 3° do Decreto Federal 24.645/34, “todos os animais existentes no País são tutelados pelo Estado”. A entidade pede também que haja mais transparência nos critérios utilizados para definir que animais são sacrificados. “É difícil crer que todos os milhares de animais sacrificados pelo DF todos os anos realmente ameaçavam a saúde pública”, afirma Simone.

 

Quanto às esterilizações, cabe ressaltar ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixa claro que não há política eficaz de controle de zoonoses, nem de controle populacional, exceto a esterilização cirúrgica de animais, coisa que o CCZ não faz antes de encaminhar os animais para a adoção, o que significa dizer que os animais saem do CCZ com capacidade reprodutiva e, caso se reproduzam, vão aumentar as estatísticas de animais abandonados, que atualmente está estimada em torno de 20 mil cães e gatos no DF. “Um DF sem esterilizações gratuitas ou subsidiadas não está encarando de frente o problema”, assevera Simone.

 

Leia a nota do GDF na íntegra:

 

Sobre o boato de que 30 gatos seriam sacrificados pelo Centro de Controle de Zoonoses, a Diretoria de Vigilância Ambiental da @Secretaria de Saúde do DF informa que nenhum animal saudável é sacrificado por falta de novos lares.

 

O Centro de Controle de Zoonoses sacrifica apenas animais doentes com males que afetam a saúde do homem, como a raiva e a leishmaniose. Animais com comportamento agressivo, com histórico de ataques a pessoas e outros animais também podem vir a ser sacrificados.

 

Apesar de ser um centro de controle de doenças, o CCZ tem uma média de 40 animais por mês para doação, que foram encontrados nas ruas ou abandonados por seus antigos donos.

 

Quem quiser adotar um animal de estimação pode ir à sede da Zoonoses, de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h. Basta ter 18 anos ou mais e apresentar documento de identidade.

 

A Zoonoses fica no Setor de Áreas Isoladas Norte, estrada do Contorno do Bosque, lote 4.

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