Com máscaras de Niemeyer e Lúcio Costa, arquitetos protestam contra “Brasília by Cingapura”

Publicado em: 14/01/2013

Usando máscaras com o rosto de Oscar Niemeyer e de Lúcio Costa, entidades de arquitetos protestaram contra a contratação de uma empresa de Cingapura para planejar o crescimento de Brasília. Elas afirmam que qualquer revisão urbanística da capital federal deve ser feita por brasileiros. O protesto foi realizado na semana passada, durante a 50ª Premiação Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), realizada no Rio de Janeiro. 

Os arquitetos se referem ao contrato firmado entre o governo do Distrito Federal e a empresa Jurong Consultants, para elaborar um plano de desenvolvimento para os próximos 50 anos, assinado sem licitação em outubro último, logo após uma visita do governador Agnelo Queiroz e sua comitiva. O lema do protesto homenageia Niemeyer, que projetou os edifícios da capital: “Niemeyer sim! Brasília by Cingapura não!”. “É um crime de lesa-pátria”, disse Sérgio Magalhães, presidente do IAB, que já havia se manifestado contra o contrato na época da assinatura.

 

Desde então, as entidades de classe do segmento de arquitetura e urbanismo vêm criticando a participação de uma empresa estrangeira, de um país com poucos vínculos com o Brasil, para alterar o projeto da capital federal, elaborado por urbanistas brasileiros, liderados por Lúcio Costa. Entidades como IAB e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo e a bancada do DF no Congresso Nacional já pediram explicações ao GDF, mas alegam, não ter recebido resposta. “Estamos tentando abrir um diálogo com o governo do Distrito Federal, mas ainda não conseguimos. Não estava na nossa perspectiva ter que lutar pela cultura brasileira, pela soberania nacional”, disse Magalhães.

 

O contrato com a Jurong Consultants, empresa ligada ao Ministério da Indústria e Comércio de Cingapura, chamado de "Brasília 2060", tem um valor previsto de US$ 4,5 milhões. Segundo o GDF, a Jurong planejará a implantação de quatro polos econômicos em Brasília e nas cidades no entorno a fim de desafogar o Plano Piloto. A intenção, diz o GDF, é diversificar e espalhar as atividades econômicas por todo o DF e teria sido escolhida sem licitação devido a sua expertise.

 

Com informações da Folha Online.

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