“Não me aperta”, diz Rosso ao ser questionado sobre convite do GDF

Publicado em: 12/11/2012

“Não me aperta. Eu e o governador temos um diálogo. Isso é fundamental”, respondeu o ex-governador do Distrito Federal, presidente regional do PSD, ao ser questionado se a legenda irá compor a base aliada do governo de Agnelo Queiroz (PT). A pergunta foi feita pela jornalista Ana Maria Campos do Correio Braziliense e a primeira coisa que Câmara em Pauta observa é que o discurso de Rosso está mudando, desde quando nós conversamos com ele sobre o tema. 

À exceção de Eliana Pedrosa e Wellington Luiz, o restante da bancada do PSD na Câmara Legislativa do DF está irredutível e Celina Leão e Liliane Roriz afirmam e reafirmam o desejo de permanecer na oposição ao GDF. A avaliação deste Portal é que a ida do PSD para a base seria um péssimo negócio para o DF, uma vez que hoje a oposição é minguada numa casa que tem a tarefa de fiscalizar o Executivo. Sem oposição, haja vistas grossas.

 

Sobre esta reação contrária das parlamentares à possibilidade de o PSD compor com o GDF, Rosso disse que “um bom diálogo não significa entrar no governo” e que os conflitos são naturais, “mas a posição continua a mesma. O PSD continua independente. A bancada é livre para suas posições políticas. Os parlamentares vão participar das discussões se essa situação for alterada”, afirmou.

 

Eleições 2014 – Segundo Rosso, para 2014 o PSD estará preparado para candidaturas proporcionais e majoritárias. “Temos quatro deputados distritais e o (ex)senador Adelmir Santana está no partido. Temos feito várias filiações. Vamos começar uma campanha intensa em janeiro e agora teremos inserções partidárias”, afirmou.

 

Sobre o próximo pleito, aliás, já começou a temporada de especulações e disse aqui e acolá que geram discórdias. Um exemplo é a repercussão à fala do vice-governador Tadeu Filippelli, presidente regional do PMDB, que em entrevista ao Jornal de Brasília afirmou “que a continuidade da aliança entre PMDB e PT para 2014 depende da manutenção do nome do governador Agnelo Queiroz. Caso contrário, o PMDB só manteria projeto de governo sendo cabeça de chapa”. Para Filippelli, caso haja um reposicionamento do PT, “não teria sentido o PMDB não rever a sua própria posição”. “A ausência dele (Agnelo) não impede a aliança, desde que o PMDB seja cabeça de chapa”, afirma.

 

As versões são muitas e a principal é de que alas do PT estariam se articulando nos bastidores para ter outra opção em 2014. Já os aliados do atual governador teriam gostado da novidade. O fato é que, mesmo não comentando o assunto aos quatro ventos, dentro PT há quem não veja com bons olhos uma diversificada coligação e há quem considere que, caso o governo não conquiste índices de aprovação relevantes até 2013, seria aceitável a apresentação de outro candidato para o GDF.

 

Segundo o presidente regional do PT, deputado federal Roberto Policarpo, as frentes petistas que cultivam esse pensamento são minoria. “Elas fazem uma análise apressada, da mesma forma como estão fazendo os senadores Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB). Analisam apenas a situação atual, mas não consideram que o governo vai estar bem melhor em 2013. Não pensam lá na frente.  Até lá, o governo vai melhorar muito”, comentou.

 

Distritais – O deputado distrital Chico Vigilante (PT) considera que a aliança PT/PMDB deve ser mantida e repetida. “Agnelo sendo candidato a governador e Filippelli ao que quiser”, reforçou afirmando ainda que, com a aproximação entre PSB e PDT, a manutenção da aliança existente é ainda mais importante. Wasny de Roure (PT) argumenta que a questão do direito a reeleição será debatido no próximo encontro nacional do PT.

 

O pêemedebista Rôney Nemer concorda com Filippelli. “Esperamos que o PT respeite o PMDB e os demais partidos da aliança. Afinal, ninguém ganhou a eleição sozinho”, acrescentou provocando ainda que aliados ainda encontram dificuldades de diálogo com membros do Executivo. Esperemos os próximos passos, que devem se desenrolar durante ou como resultado das movimentações na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Legislativa, que ainda não tem um panorama muito definido, além da muito provável falta de oposição. 

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