Polícia Civil destitui chefia de agente que se recusou a registrar ocorrência no DF

Publicado em: 09/10/2012

A Polícia Civil do Distrito Federal destituiu o cargo de chefia do policial civil que se negou a registrar uma ocorrência de sequestro-relâmpago neste domingo (07), no Paranoá. A denúncia foi veiculada em reportagem da TV Globo, que gravou quando o policial afirmou que não poderia fazer o registro por orientação do sindicato da categoria. Os policiais civis estão em greve desde o dia 23 de agosto, mas o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) determinou que 80% dos agentes continuem trabalhando. 

Segundo o diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier, o caso foi isolado e que crimes graves, como homicídio, roubo e sequestro-relâmpago têm sido registrados. “Os crimes graves, até por orientação do próprio sindicato devem ser registrados. Qualquer cidadão que tenha tido recusa do registro do crime grave, tem que procurar a ouvidoria e as providencias devem ser tomadas contra o transgressor”, afirmou Xavier. 

Reunião – Depois de 46 dias de greve da Polícia Civil, o secretário de Administração Pública do DF, Wilmar Lacerda, se reuniu nesta segunda (08) com o presidente do sindicato dos Policiais do DF (Sinpol-DF). Segundo a entidade, apesar de não apresentar proposta concreta, o governo busca uma solução para encerrar a paralisação. Já a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Pública informou que o encontro foi positivo e que serviu para que se busque um entendimento para que as partes cheguem a um consenso. 

O presidente do Sinpol, Ciro José de Freitas, disse que a categoria aguarda uma proposta do governo para discutir na assembleia marcada para esta quarta (10), a partir das 15h em frente ao Palácio do Buriti. ”Hoje retomou o diálogo do sindicato com o governo, que se comprometeu a buscar uma saúda para a greve. Temos uma visão positiva da reunião, mas ainda depende muito do governo. Percebemos agora um esforço pelo governo para materializar uma proposta para a categoria”, disse Freitas. 

No último dia 3, o Sinpol aprovou a continuidade da greve da categoria até a próxima sexta-feira (12). A paralisação começou em 23 de agosto. Os policiais pedem 28% de reajuste salarial, além de reestruturação da carreira, plano de saúde subsidiado e a transformação ou renomeação do cargo de agente penitenciário. 

STF – No último dia 25, O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, arquivou o pedido de suspensão da atual greve dos policiais feito pela Procuradoria-Geral do DF. A reclamação do órgão no STF pede o retorno imediato de todos os policiais civis ao trabalho. Ainda cabe recurso à decisão. 

A Procuradoria pretendia cassar a liminar do Tribunal de Justiça do DF (TJDF) que determinou o retorno de 80% do efetivo ao trabalho e que não considerou a greve ilegal. Segundo a procuradoria, a decisão do TJDFT desrespeita o entendimento do Supremo em relação à causa. 

Com informações do G1.

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