Índios ocupam Terracap para exigir cumprimento de acordo no Noroeste

Publicado em: 18/10/2012

Nesta quinta (18), cerca de 20 índios das etnias Kariri Xocó e Tuchá ocuparam o 2º andar no prédio da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), para exigir o cumprimento de acordos feitos no ano passado. Eles querem uma nova área de reserva, atingida após a construção do setor Noroeste no terreno que para eles é o Santuário dos Pajés.

 

Segundo o cacique Ururaí, há um ano, em uma reunião com o presidente da Terracap e representantes da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), ficou combinado que a nova reserva seria feita para os indígenas, com energia elétrica e água encanada, mas até agora o acordo não foi cumprido.

 

Ainda segundo o cacique, os funcionários da Terracap humilharam os indígenas e hoje, quando o grupo chegou, Uruaí conta que as portas do prédio foram fechadas e, exigindo o direito de entrar em prédio público, os índios entraram no local.

 

Negociação – Dois representantes dos índios e o advogado do grupo, George Peixoto, foram recebidos pelo diretor-técnico da Terracap, Luís Antônio Reis. Foi feito um acordo para um novo encontro, na segunda (22). O cacique Uruaí afirmou que, caso não seja cumprido o acordo de um ano atrás, eles continuarão ocupando o prédio.

 

O chefe da Procuradoria Jurídica da Terracap, Sérgio Nogueira, disse que um processo foi encaminhado para a Companhia Elétrica de Brasília (CEB) e à Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), solicitando um estudo para instalação de energia elétrica e água potável na região. “Com esse estudo em mãos, podemos discutir a viabilidade de colocar o projeto em prática”, afirmou.

 

Entenda – Oito das nove famílias indígenas que ocupam uma área no setor Noroeste, em Brasília, aceitaram  em outubro do ano passado o acordo proposto pela Terracap, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ademi para deixar o local e ir para um terreno da Terracap próximo ao Noroeste, chamada de Área Especial Cruz. O acordo previa ainda a instalação de energia elétrica e água potável de maneira provisória até que a mudança acontecesse.

 

A área, de cerca de 12 hectares, deve ser doada para a União e repassada para a Funai, para a criação de uma reserva indígena, porém até outubro deste ano, as famílias ainda não haviam sido realocadas. O advogado dos indigenas disse que no ano passado a Terracap estipulou prazo de 20 dias para instalação, mas a empresa nega que tenha fixado data.

Com informações do G1 e do R7.

Artigos relacionados