Artistas realizam abraço coletivo em protesto para salvar o Teatro Goldoni

Publicado em: 27/10/2012

Esta semana que passou, artistas realizaram um abraço simbólico no prédio do Teatro Goldoni, um dos espaços que ajudou a formar a cena artística e cultural brasiliense nas últimas décadas e hoje é alvo do sistema de licitação de terrenos pela Companhia imobiliária de Brasília (Terracap). No protesto, artistas e frequentadores do teatro denunciaram que o terreno da Casa D’Itália, que fica nas Entrequadras 208/ 209 da Asa Sul, foi posto à venda pelo governo do Distrito Federal sem consultar a classe artística e comunidade local.

 

Segundo a diretora e fundadora do Goldoni, Maria Carmen de Souza, o abraço coletivo é uma demonstração do carinho com espaço e a cultura da cidade. Carmen considera que a pressão da classe artística e da sociedade pode reverter a situação. “Acredito firmemente que o governador vai se comover com esse grito da sociedade e vai perceber que existem outros terrenos vazios para render o capital que eles precisam e não desconstruir o que já está feito”, afirma.

 

O abraço simbólico teve o intuito de registrar o repúdio a atitude do DGF e na tarde de quarta (24), pessoas realizaram um ato com faixas e mãos dadas pedindo que a população se mobilize e ajude a salvar o Teatro Goldoni. Para  o bonequeiro Francisco Simões, criador do grupo de teatro de bonecos Mamulengo Presepada, trata-se de um atentado à cultura local. “É inexplicável uma situação dessa considerando que vivemos numa democracia popular. Um desrespeito ao Patrimônio Cultural que é Brasília. Retirar uma casa de cultura para colocar sabe-se lá o quê, é negar a vocação cultural da nossa cidade”, discursou.

 

A classe artística brasiliense mantém uma petição na internet, para recolher assinaturas em prol do movimento "Salvem o Teatro Goldoni". Para assinar, clique aqui.

 

Goldoni – Em 1988, o GDF assinou um contrato de concessão de uso para que a Casa d’Italia utilizasse o terreno por um prazo de 20 anos. O contrato venceu em 2008, mas segundo a diretora, as taxas continuaram a ser pagas pelo espaço. “Eu sei que a concessão por 20 anos já tinha se encerrado, mas nós continuávamos pagando a taxa e pedindo renovação dessa concessão. Entendemos que prestamos um serviço à comunidade e que o plano de estruturação da cidade, quando foi concedido esse terreno, para que houvesse cultura continuasse sendo respeitado. O GDF preferiu fazer caixa com este terreno”, diz.

 

De acordo com o Tribunal de Contas do Distrito Federal e Territórios (TCDFT), o processo ocorre desde de 1994 e em 2002 o TCDFT decidiu pela não renovação da concessão de uso dos terrenos doados em 1988.

 

Com informações do Jornal Alô.

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