Nesta quinta (13) o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz admitiu que existe a suspeita de que havia na Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Caje uma estrutura para matar internos. Agnelo falou sobre os recentes problemas atravessados pela Unidade durante entrevista à TV Record em Brasília.
Segundo Agnelo, o GDF está tomando medidas para tentar resolver o problema. “Foi feita a transferência de 23 internos para desarticular uma estrutura que estava montada anteriormente para assassinar alguns dos internos”, disse o governador. Ainda segundo ele, a polícia civil está investigando os casos, mas ainda não finalizou a investigação de um dos assassinatos em que haveria uma relação entre internos e grupos de fora.
Além dos assassinatos recentes dentro do antigo Caje, dois neste mês de setembro, na madrugada desta quinta (13), o funcionário terceirizado da UIPP Adilson Santos Lopes foi morto com dez tiros, em frente à casa onde morava em Águas Lindas, no entorno do DF. De acordo com informações da polícia, ele estava próximo à casa da companheira, quando um rapaz armado o surpreendeu. A suspeita é de que o autor tenha usado duas armas para fazer os disparos.
Desativação – Agnelo falou ainda sobre a pretensão de demolir o Caje e construir novas unidades, mas não há prazo para que isso aconteça. “O Caje é uma tragédia humana. Quero demolir o Caje e construir uma praça da cidadania naquele local. O Caje existe desde 1976 com problemas recorrentes e nenhum governador enfrentou isso, mas eu vou enfrentar. Vou construir três unidades e vou construir cinco no total. Unidades menores que vai permitir política adequada”, disse.
Na manhã desta quinta, o governador esteve no local com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e a secretária da Criança Rejane Pitanga. Na quarta, Agnelo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, para discutir a situação. O fechamento do Caje foi determinado em outubro de 2011, mas a instituição continua funcionando. A capacidade é para 167 menores, mas atualmente, mais de 400 jovens cumprem pena socioeducativa na instituição.
Transferências – Para tentar conter a onda de violência entre os internos, na terça (11), a Secretaria da Criança e do Adolescente do DF transferiu 22 internos maiores de 18 anos para o Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil, mas nesta quinta eles foram transferidos novamente para o antigo Ciago, do Recanto das Emas e antigo Ciap de Planaltina, por força de decisão judicial.
Em agosto, a Secretaria da Criança já havia transferido 24 adolescentes do sexo feminino para a Unidade de Internação do Recanto das emas (Unire), que teve o módulo reformado para receber as internas.