A Polícia Federal encontrou os nomes com os respectivos números dos telefones celulares pessoais do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), do vice-governador, Tadeu Filippelli (PMDB), e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Abdon Araújo na agenda de um celular de José Olímpio de Queiroga Neto, apontado pela PF como principal explorador da jogatina ilegal na região, na Operação Monte Carlo que desmontou o esquema de exploração de jogos liderado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O aparelho foi apreendido pela PF desde que a operação foi deflagrada, em 29 de fevereiro, quando cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Queiroga Neto, em Brasília. A perícia do aparelho foi enviada à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, no Congresso e apontou a existência de três contatos do governador na agenda, com três números diferentes: “Agnelo”, “Agnelo abdon” e “agnelo zunga”, este último um número de rádio.
Contatos – Ugo Braga, porta-voz do GDF confirmou que os números registrados na agenda de Queiroga Neto são os celulares pessoais de Agnelo e de Abdon, amigo do governador. “O governador e o secretário não conhecem Queiroga Neto, não se lembram de nenhuma conversa por telefone com ele. Agnelo tem esse telefone pessoal desde 2006, e Abdon, desde 1998. O fato de os números estarem na agenda não significa que haja proximidade”, afirmou Braga.
Já os contatos do vice-governador estão registrados como “Dep filip secret elizete” e “Dep filipelli”. Na agenda de Queiroga consta ainda o número do telefone do deputado distrital Agaciel Maia (PTC), ex-diretor-geral do Senado e pivô do escândalo dos atos secretos, em 2009, além de outros políticos de Brasília. A assessoria do vice-governador informou que o número de telefone de Filippelli é público e que “não faz sentido” deduzir que ele conhece Queiroga Neto em razão do registro na agenda.
Em família – A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal de Goiás incluiu Queiroga Neto e mais três irmãos, todos subordinados a Cachoeira. De acordo com relatório da PF sobre as investigações da Monte Carlo, dois filhos de Queiroga Neto foram sócios de uma empresa de lubrificação e polimento, entre 2007 e 2008 e hoje, os sócios da mesma firma são dois filhos de Agaciel. De acordo com a PF, um dos filhos de Queiroga continua com autorização para movimentar a conta bancária da empresa.
A PF anexou ao documento fotos das duas famílias em viagem à Europa. Entre as últimas ligações feitas por Queiroga Neto, antes da apreensão do aparelho pela PF, está uma chamada para o deputado distrital, que não se manifestou até o momento.
Com informações do Jornal O Globo.