Pacientes com da rede pública do DF não têm remédio, mas GDF tem verba disponível

Publicado em: 19/07/2012

Um dos medicamentos usado para o tratamento de câncer está em falta no Hospital de Base de Brasília, faltam remédios nas farmácias populares e o mesmo problema se repete na farmácia de alto custo. O problema se estende para os almoxarifados dos Hospitais, onde faltam sedativos, luvas cirúrgicas, dentre outros materiais de trabalho. Se por um lado faltam medicamentos, por outro o dinheiro não tem sido gasto totalmente, evidenciando que o problema é de gestão. 

De acordo com o Sistema de Execução Orçamentária, até o dia 19 de junho o GDF ainda não tinha gasto os R$ 250 milhões, já autorizados no orçamento de 2012. Segundo a pasta, somente R$ 100 milhões foram gastos, menos da metade do disponível no orçamento. Ainda segundo o Sistema de Orçamento, nos anos anteriores, o governo não gastou toda a verba à disposição para a compra de medicamentos e em 2011, sobraram mais de R$ 50 milhões em caixa, além dos cerca de R$ 17 milhões não gastos. 

Apesar dos relatos de falta de medicamentos e material nos hospitais, de acordo com a Secretaria de Saúde, a execução do orçamento está dentro do previsto. Segundo a pasta, os R$ 50 milhões que não foram usados em 2011 serão gastos neste ano. Segundo a Secretaria de Saúde, os processos de compra já estão em andamento, mas sem data para a conclusão e enquanto isso, 10% dos remédios oferecidos pela rede pública estão em falta no DF. 

Vaquinha – Segundo uma funcionária do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), a falta de material de trabalho tem levado à pratica da “vaquinha” entre os servidores, para a compra de materiais como luvas cirúrgicas e até mesmo fraldas geriátricas, que também são compradas por familiares de pacientes. 

Por conta do problema, pacientes têm comprado o remédio por conta própria. Uma paciente que não quis se identificar relata que está tratando de um tumor na mama e que consome duas caixas do remédio por mês e, como sua renda é de um salário mínimo, tem sido difícil arcar com os gastos de R$ 103,00. 

Outra usuária do sistema público de saúde se queixa da falta de medicamento para depressão desde dezembro na farmácia popular, o que a obriga a gastar cerca de R$ 80,00. Há ainda relatos da falta de medicamentos, que custam R$ 140,00, para o tratamento de pacientes de osteoporose e artrose. 

Enquanto os processos de compra não são concluídos e o dinheiro estiver em caixa, a única coisa que pode ser dita é que a saúde vai mal no DF. Esperamos que o dinheiro que está sobrando seja gasto para suprir as falta de medicamentos…

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