Capítulo IV – O Judiciário
Nossa novela vai se aproximando do clímax e nesta altura já estão enredados com nosso valente e quase onipresente Cachoeira, o Senador, o Araponga, e a Imprensa, além de nossos valorosos coadjuvantes. Entra no esquema – ou na trama, como queiram – o Supremo Tribunal Federal (STF), pela figura do ministro Gilmar Mendes, que junto com Demóstenes levou à Suprema Corte uma ação bilionária envolvendo a Companhia Energética de Goiás (Celg), uma espécie de "caixa preta" do governo do Estado que estava imersa em dívidas que somavam cerca de R$ 6 bilhões.
Em parceria com Gilmar, Demóstenes estimava conseguir abater cerca de metade do valor devido com uma decisão judicial. Demóstenes e Gilmar afirmaram ter sido alvos de grampos ilegais publicados pela revista Veja, porém devido aos efeitos especiais de nossa novela, o áudio nunca apareceu e a Celg foi federalizada. Toda essa movimentação era para ajudar o misterioso Marconi Perillo – que não entra ainda na nossa trama – resolveu que não cumpriria o acordo feito no governo anterior e precisava de uma mão amiga para salvar a Celg.
Gilmar Mendes nega de forma veemente qualquer ligação com o contraventor, Sobre, Demóstenes, ele afirmou que o senador deve ter se aproveitado do prestígio que gozava junto aos membros do Poder Judiciário, como ele por exemplo, para mostrar a Cachoeira que poderia ajudar em alguma situação do interesse do esquema. Lembra ainda que muitas autoridades públicas se relacionavam com naturalidade com o senador. Quanto à Celg, ele diz: "Era uma decisão que iria parar no Supremo, porque tratava-se de um conflito entre a Celg e a Eletrobrás e, consequentemente, a União", argumenta.
Gilmar só não comenta o Habeas Corpus que concedeu a Olavo Júlio Macedo (PPS), prefeito afastado de Piraquê (TO), após ação Civil Pública impetrada pela Promotoria de Justiça de Wanderlândia por improbidade administrativa. O prefeito era alvo de outras cinco ações propostas pelo MPE, sendo quatro civis e duas criminais e a pedido do MPE, Macedo foi afastado no ano passado e chegou a ficar três meses preso, mas foi reconduzido ao cargo por decisão unânime dos ministros da quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Onde entra Cachoeira nessa história? Gravações da PF mostram que este Habeas Corpus e o processo de Olavo foram temas debatidos pela quadrilha. Nos diálogos o advogado de Macedo diz pra Gleyb continuar contato com o STF, diz que o relator é o ministro Gilmar Mendes e informa o número do processo.
Além de Mendes, no capítulo dois de Cachoeira de Emoções foi revelado que o esquema contava com a ajuda de alguns procuradores que ajudavam os arapongas (+) e ainda no judiciário, há também suspeitas recaindo sobre o procurador geral da república Roberto Gurgel, que soube dos indícios de ligações entre Demóstenes e Cachoeira desde 2009 e só agora em 2012 o inquérito foi aberto (+), deixando algumas brechas para que a defesa do senador questionasse a legitimidade das gravações, pedindo a anulação delas como prova no inquérito contra Demóstenes, o que não foi acatado.
Enfim, para estreitar os laços e dar pitadas de sentimentalismo ao enredo, Demóstenes mantinha em seu gabinete uma enteada do amigo Gilmar e andava com os olhos voltados para uma vaga na corte, mesmo que para isso tivesse que despir-se do DEM e partir para PMDB ou PSDB e esses planos vem ao ar para nosso fiel público através de uma conversa entre Dindo Cachoeira e a esposa do senador, Flávia Coelho que comemorava sua “vermelhona” (carteira da OAB), conseguida pelo multitarefas Cachoeira (+).
Até o fim desta novela, teremos de esperar o desenrolar deste novelo e ver se a Justiça brasileira se desfaz da venda para identificar seus “bandidos de toga” e cortará na própria carne.
Não perca o próximo e emocionante Capítulo de Cachoeira de Emoções: Nos bastidores da Política.
Não perca o primeiro capítulo de Cachoeira de Emoções: O Senador.
Leia mais um capítulo de Cachoeira de Emoções: Os Arapongas.
Leia mais um capítulo de Cachoeira de Emoções: A Imprensa.
