A Câmara Legislativa do Distrito Federal criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de que o GDF estaria fazendo escutas ilegais. Porém, a criação de uma comissão especial de delegados da Polícia Civil para investigar denúncias de arapongagem gerou divergências entre os distritais. O mais interessante é que justamente os maiores defensores da CPI da Arapongagem são contra a comissão de investigação e vice versa.
Na sessão ordinária desta quinta (10), o deputado Chico Vigilante (PT), que não assinou o requerimento da CPI e se disse contrário à CPI elogiou a iniciativa do GDF. Para ele, a comissão de delegados prova que o GDF não tem medo de investigações. “Estou muito satisfeito com essa iniciativa que revela que o governador pensa a Polícia Civil como polícia de Estado e não de governo”.
Já as deputadas oposicionistas Eliana Pedrosa (PSD) e Celina Leão (PSD), que defendem a instalação da CPI, disseram acreditar que a comissão faz parte de um processo de aparelhamento do Estado, como em sistemas totalitários de governo. Em seu pronunciamento, Eliana disse ter receio sobre as verdadeiras atribuições da comissão da Polícia Civil, alertando sobre um suposto “aparelhamento” do Estado. “Espero que nós não estejamos criando uma comissão para impor medo a essa bancada de mulheres que faz oposição e a jornalistas do DF”, disse.
Arapongagem – Pedrosa afirmou que sua vida vem sendo "vasculhada" há cerca de um ano e meio e que sua Casa, sua vida e a de seus familiares estariam sendo monitoradas, porém apesar das denúncias, o governo criou alguma comissão para investigar possíveis arapongas contra deputadas da oposição, mas que uma Comissão Especial Contra o Crime Organizado foi criada quando um deputado da base governista acusou jornalistas de terem quebrado seu sigilo telefônico. “Mas temos de combater as deputadas Celina e Eliana. Elas são muito perigosas”, disse Eliana, lembrando que os demais deputados afirmando que eles podem ser os próximos investigados.
Já Celina disse que a comissão especial de delegados foi criada para esvaziar a CPI da Arapongagem e denunciou que o GDF investiga, não apenas oposicionistas, isoladamente. “É uma coisa institucional. O governo não respeita o Estado Democrático de Direito. Vou até o final, por isso pedi instauração de investigações contra Agnelo em todas as instâncias”, ressaltou.
O discurso da deputada remontou a momentos polêmicos da história, como os países europeus que ignoraram a expansão nazista sobre a Polônia, durante a segunda Guerra Mundial. “Hoje é conosco, amanhã pode ser com seus filhos. Hoje sou a Polônia e prefiro ser presa a ficar calada”, exagerou.