A deputada distrital Celina Leão (PSD), disse na tarde desta quarta-feira (2), no plenário da Câmara Legislativa, que queria ver o deputado Chico Vigilante (PT), sendo tão fervoroso para defender o governador Agnelo Queiroz, nas ocasiões em que o nome do governador é citado nas escutas feitas pela Polícia Federal no caso Cachoeira, que desencadeou a operação Monte Carlo. A indignação da parlamentar veio depois do discurso do deputado Chico Vigilante sobre emenda do deputado Raad (PPL) no projeto dos postos de combustíveis em supermercados. Vigilante disse que emenda de Raad é emenda do Cachoeira. “Nas escutas que citam o 01, o Magrão ou o chefe do gabinete, Cláudio Monteiro e outros secretários o deputado Chico Vigilante nunca subiu na tribuna para pedir investigação, só se enfureceu quando surgiu o nome do deputado Raad?”, questionou. “Se tem Cachoeira lavando, está lavando é o Buriti com pagamento de arapongas, com gente combinando de falar com secretários, são pessoas nomeadas no GDF, não dá para tirar a crise do Buriti e colocar ela aqui, este poder tem que estar firme para lidar com tudo que está acontecendo no DF”, observa.
A parlamentar classificou o colega como indelicado, grosseiro e sem habilidade política sequer para pedir voto e acaba constrangendo os pares. “O deputado Chico Vigilante fala em crime organizado, crime organizado é quem contrata araponga, por que não dá conta de combater na lealdade”, disse Celina. “Não tenho dificuldade de investigar acusação contra nenhum parlamentar, mas não podemos ser incoerentes devemos começar pelo Buriti”, completa a deputada.
Desafio
Celina Leão disse que só falta uma assinatura para a instauração da CPI do Cachoeira na Câmara Legislativa, que já conta com sete assinaturas e lançou um desafio ao deputado Chico Vigilante. “Já que o senhor é tão ético, nada mais justo que a oitava assinatura seja de vossa excelência, assim podemos esclarecer tudo, já que o senhor acha que a Cachoeira está lavando até esta Casa vamos investigar, estou disposta a analisar todos os áudios, se o senhor não tem nada a temer assine”, desafiou.
Segundo Celina Leão há trechos chocantes nas escutas. “Um exemplo é quando um araponga diz ‘não estamos prestando serviço para o governo, estamos vendendo um serviço de inteligência para o governo’, isso precisa ser investigado!”, destaca.