Para não dizer que não falei de ecologia.

Publicado em: 08/02/2012

Crônica de José Ricardo Malaquias Matos – Quando leio sobre a devastação do planeta, entendo como uma forma de afirmar que, senão mudarmos de rumo, tornaremos o planeta inabitável a algumas espécies, dentre elas, a própria espécie humana, já que o planeta sempre restabelecerá a vida por mais drástica que seja a mutação criada pelos homens.
Algumas teorias comparam os seres humanos a uma espécie de vírus que mata o próprio hospedeiro. Mas eu tenho outra teoria, ela define que apenas alguns poucos homens assim agem. E este fato, que eu remoto ao princípio da civilização, é visível ao observarmos a história da humanidade até a atualidade. Ao avaliarmos a história notaremos que em todas as civilizações que se impuseram como grades, foram causadoras de transtornos sociais e ambientas, e nelas havia líderes com uma “doença” em comum. Essa doença é caracterizada por algumas características básicas. São elas:
1- A crença que eles são superiores a todas as espécies, inclusive aos da própria espécie, a espécie humana. (A exemplo dos escravagistas que se prendiam ao racismo como uma maneira de inferiorizar os escravizados. Ou ainda por crer que sua cultura e sua religião ser superior a de outros povos).
2- A capacidade de agregar pessoas dispostas a ajudá-los em tornar verdade essas idéias. (A idéia de serem superiores, culturalmente, a outros povos, por eles terem culturas diferentes. Fazem isso através da criação dos filhos, da imposição de seu idioma, de suas verdades através da propaganda, do lucro fácil imediato aos colaboradores e da imposição do medo a maioria oprimida.)
3- A total incapacidade de sentir compaixão pelo sofrimento alheio. (Eles impõem à fome e a pobreza a grande maioria da população de vários países, impondo a verdade de uma dívida, que verdadeiramente não existe, e que fora imposta, normalmente por meio da corrupção, por empréstimos que não chegou a essa população, através de juros e especulação.)
4- Eles têm mais 4 características não menos importante: Avareza, (apego ao dinheiro exagerado e anormal, com o desejo ilimitado de adquirir e acumular riquezas) — Usura, (juro de capital ou cobrança de ganho por empréstimos sem produzir nada de útil para sociedade que usufrui) — Ganância (Ganho ilícito e uma sede exagerada de poder).
Por desconhecer o nome dessa doença, eu a chamo de Complexo de Faraó. Uma analogia aos faraós que acreditavam ter linhagem divina e que viveriam eternamente, tanto que, se enterravam junto a seus tesouros em mausoléus gigantescos a esperar a ressurreição.
Não sei bem como essa doença é transmitida e dificilmente podemos, nos dias atuais, encontrá-los. A maioria deles se esconde atrás da sigla S.A (Sociedade Anônima) e de leis que determina o sigilo Bancário, a liberação do pagamento de impostos entre outras benesses. Eles se juntam, em mercados financeiro, para em colegiados, formarem Lobbys (que é o nome que se dá à atividade de pressão de grupos, ostensiva ou velada, com o objetivo de interferir diretamente nas decisões do poder público, em especial do Legislativo, em favor de seus interesses ), para criar leis que os privilegie e os blindem da justiça.
Outra pratica comum é o uso da "Grande Mídia" (meios de comunicação de massa) para impregnar a cabeça do povo com seus sofismas. O uso do medo é fortemente utilizado, principalmente na economia e na ciência médica. A última investida de um desses grupos na economia, foi convencer a população das virtudes da política do neo-liberalismo. Ou seja, impregnou na cabeça dos inocentes a idéia de que a globalização e da liberdade de mercado era um grande negócio, para assim promoverem a redução e o enfraquecimento do estado nos países mais desenvolvidos e nas nações em vias de desenvolvimento. Mas, a submersa intenção era desmantelar o próprio conceito de estado, levando à desestruturação das sociedades e pondo em risco a existência da democracia. A idéia básica deles é que é necessário reduzir direitos laborais e sociais através da pressão exercida pelas transnacionais sobre o poder político e os trabalhadores. Graças a eles e a idéia da acumulação flexível, que tem como pilar fundamental a ativa e livre circulação financeira sem qualquer preocupação de servir a todos e muito menos de servir a justiça social. A valorização do capital sobrepõe-se às outras dimensões que são indispensáveis ao desenvolvimento das sociedades humanas. A excessiva valorização do dinheiro, a fortíssima e aceleradíssima concentração do capital, estão a provocar as desigualdades e as injustiças que todos os dias se observam à escala local e internacional. Outros, com a mesma finalidade, usam um método comum. É o uso maledicente do nome de Deus. Sem o menor escrúpulo, eles colocam Deus como um ser colérico que irá julgar as atitudes praticadas durante o ato de viver, e se colocam, como intermediários, e, por uma quantia, prometem vantagens na terra e no céu.
Com a máxima "dividir para conquistar", estes que tem a doença Faraônica, adoram o preconceito, os conchavos e corrupção. Chegam mesmo a financiar guerras, desde que obtenham lucro. E principalmente investem pesadamente para manter o povo na ignorância, na intolerância, na estagnação e no niilismo.
Enquanto houver essa doença, a do lucro a qualquer preço, nada estará a salvo. Nem nossas florestas, nem nossas reservas hídricas ou minerais. Mas, a pior de todas as poluições causadas é a da alma humana em desespero, onde irmãos matam irmãos, para que eles obtenham mais lucro.
PS: Isso tudo, para colecionar bits, representando quantia de capital multimionário, que provavelmente, eles nunca irão usar.
Mas ainda podemos lutar.
 

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