Do G1 – Em 2011, os moradores do Distrito Federal ficaram, em média, 15 horas e 40 minutos sem energia elétrica, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O tempo supera o limite considerado “aceitável” pela agência – 12 horas e 54 minutos. Em média, foram 13 interrupções de energia por morador ao longo do ano passado.
O limite fixado pela agência foi superado na maioria das regiões de abastecimento, os chamados conjuntos elétricos. Águas Claras, Ceilândia Norte e Sul, Contagem, Gama, Mangueiral, Monjolo, Vale do Amanhecer e Brasília Central (responsável pela Esplanada, Vila Planalto e Setor de Clubes) e Núcleo Bandeirante ficaram mais tempo sem luz e tiveram mais quedas de energia do que o aceitável.
Nos conjuntos do Sudoeste, Brasília (Plano Piloto e lagos Sul e Norte), Taguatinga, Planaltina e Santa Maria, a falta de luz foi menor, ficando dentro do De acordo com a agência, o controle sobre a qualidade no abastecimento é feito em todo o país, mas as concessionárias de energia, como a Companhia Energética de Brasília (CEB), não são punidas por ultrapassar os limites estabelecidos para uma região.
Segundo o superintendente de operação da CEB, Marcus Fontana, os números de duração e frequência de quedas, chamados DEC e FEC, servem para orientar os investimentos do governo.
“A CEB investe pesado e usa isso para planejar. Ainda precisa melhorar, ampliando e criando estações, reformando a rede e colocando novos equipamentos para automatizar a rede. Além disso, estamos alterando programa de manutenção para ser mais efetivo, passar nos locais mais cedo”, disse.
Segundo ele, o resultado dos investimentos nas regiões deve ser percebido a partir do segundo semestre deste ano nas áreas mais problemáticas de 2011.
No ano passado, o governo do Distrito Federal conseguiu empréstimo de R$ 800 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para pagar dívidas da empresa.
Neste mês, o governador Agnelo Queiroz pediu mais um empréstimo ao BNDES, de R$ 600 milhões para "saneamento das finanças e na recuperação da capacidade de investimento da CEB", de acordo com s Secretaria de Comunicação.
Piores índices – Os conjuntos que tiveram pior desempenho em 2011 foram PAD Jardim (do Programa de Assentamento Dirigido, responsável pela região rural de Planaltina), Ceilândia Sul (responsável também por Samambaia) e Mangueiral (Lago Sul e condomínios e São Sebastião).
No PAD Jardim, a população ficou em média 34 horas e 49 minutos sem energia em 23 vezes ao longo do ano.O problema, segundo a CEB, se deve à dificuldade de fazer reparos em áreas rurais.
“Ali basicamente você tem uma rede que não tem a proteção, porque a área é descampada. Tem também a questão de acesso, porque as pessoas fecham propriedades e você tem dificuldade para achar o local do reparo e tem a dificuldade até do endereçamento”, explicou Fontana.
De acordo com ele, o problema em Ceilândia e Samambaia é que boa parte da rede elétrica é aérea. O consumidor dessa região ficou, em média, 26 horas e 15 minutos sem luz em 20 interrupções.
“São áreas mais sujeitas a sujeira na rede, que, associado com a chuva e pipas na rede, acaba causando interrupção, embora a gente faça campanha de limpeza de rede frequentemente”, disse o superintendente de operação da CEB.
No Mangueiral, foram 24 horas e 26 minutos e 22 interrupções no fornecimento. Lá, o problema são as árvores, segundo a CEB. “Entra a questão de ter muita árvore de grande porte que as pessoas plantam próximo ou embaixo da rede e você não pode fazer poda drástica ou erradicar a árvore porque a CEB não tem autorização para isso”, disse Fontana.
Reembolso – Segundo a Aneel, o consumidor tem direito a um reembolso, concedido como um desconto automático na conta de luz, caso a sua casa fique sem energia muitas vezes ou por muito tempo no mês. Esse desconto e o limite podem ser conferidos na conta de luz, acima do valor total a pagar.
Fonte, G1.