Greve da PM baiana ainda gera insegurança e vira briga política

Publicado em: 05/02/2012

A greve da Polícia Militar na Bahia ainda tem gerado insegurança na população, mesmo com a Força Nacional de Segurança e o Exército nas ruas de Salvador e com a diminuição da pauta de reivindicações ter sido diminuída de seis para dois pontos. Não bastasse o fato de já terem sido registrados 77 homicídios e mais uma onda de violência pela capital e em cidades do interior, ainda há a utilização de cunho politico-eleitoreira do fato, tornando a greve uma mera rixa entre os PSDBistas, Democratas e PTistas.

Pela internet, políticos e internautas têm trocado farpas sobre o fato, chegando a comparar a greve da PM da Bahia à ação de reintegração de posse no Pinheirinho em São José dos Campos, São Paulo, afirmando que em Salvador o sangue jorra e em Pinheirinho não teria havido mortes. De outro lado, pessoas afirmam que os governos federal e estadual, ambos do PT, têm conduzido a greve da PM de Salvador com seriedade e respeito à população e rebatem a acusação, dizendo que em São Paulo, quem matou pessoas foram os PM´s e que o comando de greve é ligado ao PSDB.

Enquanto isso, quem sofre é a grande parcela da população, que perdeu o direito de ir e vir, ficando refém da violência, trancafiada em casa. Além do medo, as pessoas têm que conviver com a diminuição de serviços oferecidos. Boa parte do comércio fechou as portas, a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) suspendeu operações de fiscalização, ficando aquartelada e restrita a serviços internos. Temendo a situação, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinep – BA), Natálio Dantas, emitiu recomendação para que as escolas particulares da Bahia só voltem às aulas após o fim da greve.

Forças de segurança – O domingo (05) começou com blitzes em bairros de Salvador, mas apesar do reforço policial da Força Nacional de Segurança e do Exército, ações criminosas foram registradas pela capital. Uma viatura da Polícia do Exército pernambucano foi recebida a tiros na Avenida Paralela, nas imediações do Bairro da Paz e houve troca de tiros. Ninguém ficou ferido ou foi preso na ocorrência. Pela cidade ainda tem acontecido saques e arrombamentos.

Amotinados – A greve foi deflagrada no dia 31 de janeiro, pelos sindicalistas da à Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), que informaram que PMs de 32 dos 417 municípios baianos aderiram 100% ao movimento, incluindo algumas das principais cidades baianas, como Ilhéus, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista, Barreiras e Senhor do Bonfim.

Segundo o presidente da Aspra, Marco Prisco, a pauta de reivindicações foi reduzida a dois pontos, que são a anistia dos grevistas e o pagamento da gratificação por atividade de polícia. Inicialmente, a pauta listava itens, como incorporação de gratificações aos salários e regulamentação para o pagamento de adicionais, como de periculosidade e acidente.

Ao ser informado de que o governador Jacques Wagner (PT) não negociaria a anistia aos grevistas e que havia acusado participantes do movimento de cometer crimes, Prisco disse concordar que a anistia não se aplique nos casos em que a culpa seja comprovada. "Se o governador diz ter certeza de que há policiais praticando crimes pelo Estado, devem ser investigados e punidos como determina a lei. Não é o nosso caso, aqui. Estamos em um movimento pacífico na Assembleia e o pedido de anistia é apenas para os integrantes desse movimento", afirmou Prisco.

Neste domingo, ainda de madrugada, a polícia prendeu um dos participantes do movimento grevista, cumprindo um dos 12 mandados de prisão expedido pela Justiça, que emitiu decisão considerando a greve irregular desde a última quinta (02). Alvin dos Santos Silva, lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA), é acusado de formação de quadrilha, incitação à violência e roubo de patrimônio público, pelas viaturas que ficaram até este sábado (04) em poder dos grevistas.

Com informações da Agecom Bahia, A Tarde e IBahia. Foto, Agecom Bahia.

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