Apple: a maçã platinada tem um lado mordido e outro podre

Publicado em: 24/02/2012

 

 

Uma das maiores empresas de tecnologia da atualidade, a Apple, emprega muita gente e prega a valorização profissional ao ponto de Tim Cook, sucessor de Steve Jobs na direção da empresa enviar a seus funcionários uma mensagem eletrônica falando sobre o que chamou de valores da Apple e afirmando a preocupação com cada um dos empregados da cadeia de produção.  

Contudo, dentro das linhas de produção a situação encontrada não parece ser a mesma defendida por Cook. Na semana passada, Bill Weir, repórter da rede estadunidense ABC conseguiu entrar numa unidade da Foxconn em Taiwan, logo depois que a Apple anunciou que um grupo de inspetores independentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) iriam fiscalizar os fornecedores de 90% dos produtos da empresa, especialmente na fábrica da Foxconn em Shenzhen e Chengdu.

Recentemente, dois funcionários da Foxconn escreveram uma carta aberta e entre as denúncias de más condições de trabalho, eles afirmam que no início de 2010, 137 trabalhadores teriam sido envenenados por um produto químico chamado n-hexano, que causa danos neurológicos e é utilizado na composição das telas de touch screen. 

Denúncias – A Foxconn é a maior produtora de iPhones e iPads do mundo, o maior empregador do setor privado na China e está no centro de uma polêmica denúncia de violação de direitos trabalhistas, acidentes e até mesmo suicídios de funcionários. Para evitar outros casos, depois de 18 atentarem contra a própria vida dentro da Foxconn, a empresa instalou redes do lado de fora do prédio e em maio do ano passado, incluiu a proibição de suicídio como cláusula contatual.

Em conversas com trabalhadores, o repórter conta que o salário é a maior reclamação sobre a companhia. Vale ressaltar que somente em 2011, a empresa vendeu mais de 70 milhões de iPhones, isso sem contar com outros produtos da. O panorama dentro da fábrica mostra milhares de pessoas trabalhando. A maioria, jovens do campo, adolescentes de 17 ou 18 anos que são de lugares humildes e moram na própria fábrica. Eles trabalham seis dias por semana. 12 horas por dia e de acordo com a reportagem da ABC, apesar de montar os tablets, nenhum deles chegou a ver um iPad funcionando.

Confira o vídeo que mostra o lado podre da maçã.

Com informações da ABC. 

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