Mal começou a semana e mais uma denúncia contra o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz ressurge para esquentar a briga política local, entre a base aliada e a oposição. Hoje, pela manhã (7), a deputada distrital Celina Leão (PSD) convocou a imprensa para uma reunião da Comissão de Ética e Direitos Humanos, onde aconteceria o depoimento de Daniel Almeida Tavares, ex-funcionário da indústria farmacêutica União Química, que acusa Agnelo Queiroz de receber propina no valor de R$ 50 mil.
O encontro, no entanto, não aconteceu. O advogado do depoente entrou em contato com a deputada e explicou, diante dos jornalistas, que seu cliente passara mal e não poderia comparecer. Uma nova visita precisa ser marcada; mas a deputada avisou que tentaria um novo depoimento para hoje, ainda.
A deputada distrital – que declarou ter mantido uma conversa informal com Daniel Almeida Tavares – informou que a acusação envolve o governador do Distrito Federal, num esquema de propina para autorizar o funcionamento da União Química e permitir também sua participação em licitações.
Mesmo sem comparecer, foi apresentada a cópia de uma transferência, de 2008, entre o ex-funcionário e Agnelo Queiroz, no valor de R$ 5 mil. Na época, o governador era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pelo controle dos medicamentos.
Denúncia antiga
A denúncia que envolve o governador do Distrito Federal com o pagamento de propinas pela União Química surgiu em julho deste ano, nas páginas da revista Veja. Em resposta, Agnelo Queiroz acusou Daniel Tavares de estar fazendo chantagem.
O líder do PT, deputado Chico Vigilante, acusou a deputada do PSD de “se escudar na imunidade parlamentar para praticar calúnia e difamação”. Ele informou que, mesmo assim, o governador comunicou que irá processá-la e reiterou: “Essa atitude é completamente leviana. Onde já se viu alguém receber propina por transferência eletrônica? É brincadeira” finalizou.