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Revistas apontam ligação de Agnelo com pivô de suposto esquema

Publicado em: 30/10/2011

G1 – Reportagens das edições deste final de semana das revistas “Época” e “IstoÉ” apontam supostas relações entre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o policial militar do Distrito Federal João Dias Ferreira, que denunciou esquema de desvio de verbas no Ministério do Esporte. A denúncia de Ferreira provocou a crise política que resultou, na última quarta (26), na demissão do ministro Orlando Silva, sucessor de Agnelo no comando do Ministério do Esporte.

O advogado do governador, Luis Carlos Alcoforado, contestou as denúncias divulgadas pelas duas publicações e disse que o cliente não é investigado. O governo do Distrito Federal divulgou notas rebatendo as acusações (leia mais ao final deste texto).

De acordo com a revista “Época”, a Polícia Civil do Distrito Federal flagrou diversos telefonemas entre Agnelo e Ferreira durante investigação no ano passado. Nos diálogos, segundo a publicação, os dois tratam nas conversas da produção de documentos que justificassem os gastos de organizações não governamentais (ONGs) administradas pelo policial e que receberam verba do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.

Segundo a revista, os diálogos foram gravados com autorização da Justiça entre 25 de fevereiro e 11 de março de 2010. Na época, Agnelo, ex-ministro do Esporte, era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ferreira era alvo de ação do Ministério Público Federal, que cobra do policial a devolução de R$ 3,2 milhões supostamente desviados do ministério.

A revista “IstoÉ” mostra trechos de um depoimento em vídeo de Geraldo Nascimento de Andrade, apontado como “testemunha-chave” do processo que tramita na 10ª Vara Criminal da Justiça Federal, em Brasília, sobre desvio de recursos do ministério por meio de convênios com ONGs.

Andrade, segundo a publicação, trabalhou para o suposto esquema como motorista, arrecadador e  laranja de empresa-fantasmas. Na reportagem, ele aponta Agnelo Queiroz como o responsável pela organização do “propinoduto para sugar dinheiro no Ministério do Esporte”.

A revista também mostra reproduções de documento assinado por Agnelo Queiroz, quando era ministro do Esporte, por meio do qual informa a João Dias Ferreira sobre a liberação de material esportivo do programa Segundo Tempo para uma das ONGs comandada pelo policial militar. Também apresenta ofício por meio do qual um auxiliar de Agnelo informa sobre a liberação de dinheiro para uma ONG de Ferreira sem que, supostamente, tivesse sido feita antes prestação de contas parcial.

Advogado de Agnelo contesta


O advogado Luis Carlos Alcoforado, que representa o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, negou as denúncias divulgadas neste final de semana pelas revistas “Época” e “IstoÉ”.

“Essas matérias são completamente alheias à verdade dos fatos. Elas trazem testemunhos de pessoas que falam sobre fatos que não aconteceram”, disse.

O advogado nega a existência de investigação em curso a respeito do governador. “Tenho uma certidão oficial da 10ª Vara que diz que não existe nenhum fato relacionado a Agnelo nas investigações”, disse.

Ele nega também que existam gravações com conteúdo comprometedor. “É estranho dizer que tem esse tipo de gravação e não apresentar. Se tem, então que apresente as gravações”, afirmou Alcoforado.

O advogado disse também que por enquanto não recebeu nenhuma orientação do governador para responder judicialmente ás acusações. “É evidente que isso não vai ficar impune, mas não vamos trabalhar com precipitações”, afirmou.

Governo divulga notas


Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo do Distrito Federal informou que “Agnelo Queiroz recorrerá à Justiça para responsabilizar os que usam de falsas informações para atingir sua conduta pública”.

O texto divulgado pelo GDF afirma também que a revista Istoé “empresta suas páginas a um processo de ressurreição da luta política de 2010”.

Durante a campanha eleitoral, a candidata Weslian Roriz tentou usar em seu programa trecho de depoimento trazido pela revista que associa Agnelo ao suposto esquema de corrupção no ministério. Na época, a Justiça Eleitoral proibiu a veiculação do testemunho.

A nota afirma ainda que a reportagem “dá voz e espaço a criminosos e divulga acusações velhas, falsas e eivadas de interesse político abjeto”.

Em relação à reportagem da revista “Época”, a nota afirma que “traz relato parcial de um inquérito que correu na 10a Vara do Distrito Federal (…) e sobre o qual houve investigação, citação e decisão por parte do Ministério Público de não indiciar Agnelo Queiroz”.

A nota diz ainda que Agnelo foi investigado por uma polícia comandada pelo ex-governador José Roberto Arruda e destaca que ele acabou sendo “investigado, defenestrado de seu posto e que hoje responde a ações judiciais”.

“É fundamental relembrar que no momento em que o inquérito ‘revelado’ por Época foi produzido, o Distrito Federal tinha um governador na cadeia, uma Polícia Civil acéfala e um Ministério Público local que reagia ao comando de um personagem [Arruda] que terminou sendo investigado, defenestrado de seu posto e que hoje responde a ações judiciais”, diz o texto.

Leia abaixo a íntegra de notas divulgadas neste sábado pelo governo do Distrito Federal:

“GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
SECRETARIA DE ESTADO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Brasília, 29 de outubro de 2011 – Em relação à reportagem divulgada neste fim de semana pela revista Época, temos a esclarecer:

A revista Época dessa semana traz relato parcial de um inquérito que correu na 10a Vara do Distrito Federal e que, em si, já era parcial e sobre o qual houve investigação, citação e decisão por parte do Ministério Público de não indiciar Agnelo Queiroz.

É fundamental relembrar que no momento em que o inquérito “revelado” por Época foi produzido, o Distrito Federal tinha um governador na cadeia, uma Polícia Civil acéfala e um Ministério Público local que reagia ao comando de um personagem que terminou sendo investigado, defenestrado de seu posto e que hoje responde a ações judiciais.

Foi parte dessa polícia e parte desse Ministério Público, àquele momento envolvidos na luta política de um submundo que Agnelo Queiroz já então se propunha a extirpar, quem iniciou, orientou e divulgou o tal inquérito que ganhou destaque em Época.

Restaurada a razoabilidade das instituições, já em 2010 o Ministério Público ofereceu denúncia contra os investigados naquele inquérito e Agnelo Queiroz não figura entre os indiciados desde lá.

Agnelo Queiroz acredita na força da Justiça para restaurar a verdade dos fatos.”

“GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
SECRETARIA DE ESTADO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Brasília, 29 de outubro de 2011 – Em relação à reportagem divulgada neste fim de semana pela revista Istoé, temos a esclarecer:

A revista Istoé empresta suas páginas a um processo de ressurreição da luta política de 2010, no Distrito Federal, que teve lances baixos como a tentativa de associar o nome de Agnelo Queiroz a falsas condutas.

Tudo foi respondido naquele momento e em 2010 a Justiça já se pronunciou mostrando de que lado estavam os mercenários que hoje ocupam as páginas da Istoé e que naquele momento eram estrelas do programa eleitoral adversário de Agnelo.

Istoé dá voz e espaço a criminosos e divulga acusações velhas, falsas e eivadas de interesse político abjeto. Agnelo Queiroz recorrerá à Justiça para responsabilizar os que usam de falsas informações para atingir sua conduta pública.”

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