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Consultor afirma à CPI dos Transportes que licitação foi baseada em dados superestimados

Publicado em: 23/10/2015

O engenheiro Wagner Colombini Martins, sócio-diretor da empresa Logit Engenharia Consultiva, que assessorou o governo do Distrito Federal no processo de licitação do transporte público, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte da Câmara Legislativa que o projeto básico e o edital da licitação foram feitos com dados superestimados. A declaração foi dada em depoimento do consultor à CPI, na tarde desta quinta-feira (22).

Ao responder as perguntas do relator da CPI, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), Colombini disse que os especialistas tiveram dificuldades para ter acesso completo aos dados do sistema de transporte, naquela ocasião operados pelas próprias empresas de ônibus. Segundo ele, para elaboração dos documentos que deram base à licitação foram considerados os dados incompletos e pesquisas de campo, que levaram em conta número de passageiros maior do que o real.

Na avaliação do deputado Raimundo Ribeiro, esta informação pode ajudar a explicar o grande crescimento dos valores de subsídios pagos pelo GDF às empresas de ônibus. O relator considerou que o depoimento prestado foi de um técnico que realizou o trabalho para o qual foi contratado, sem maiores revelações para a Comissão.

Wagner Colombini explicou que atuou como especialista em sistema de transporte nas fases de elaboração do projeto básico e apoio para avaliação das propostas técnicas apresentadas, entre outras ações. A contratação foi feita por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a consultoria custou 540 mil dólares.

Aos integrantes da CPI, o engenheiro apresentou detalhes técnicos do trabalho realizado e afirmou que o sistema planejado não foi totalmente implementado pelo governo. Colombini acrescentou ainda que atuou em consórcio com a empresa Logitrans, de Garrone Reck, pai do advogado Sacha Reck, já ouvido pela CPI, que cuidava da parte jurídica. Segundo o especialista, a parceria aconteceu em outros trabalhos, como em Bogotá, na Colômbia.

Colombini também negou que tenha conhecimento de qualquer tentativa de favorecimento para empresas concorrentes da licitação. De acordo com a análise do especialista, o alto custo do subsídio pago pelo GDF às empresas se deve às características da cidade, que colocam a tarifa técnica entre as mais altas do País, ao mesmo tempo que as passagens dos usuários estão entre as mais baixas.

Também participaram do depoimento os deputados Rafael Prudente (PMDB), Ricardo Vale (PT) e Sandra Faraj (SD).

 






Luís Cláudio Alves
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