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Revelada em concurso na cadeia, presidiária vai gravar CD

Publicado em: 07/10/2011

 

Presa há cinco anos por tráfico de drogas no Presídio Feminino do Distrito Federal, Danila Alves, de 25 anos, gravará seu primeiro CD na próxima quinta-feira (13). O álbum “A voz da liberdade” deve ser lançado em 30 dias, com oito músicas, cinco compostas pela presidiária. Além do CD, a Danila pretende gravar um clip e um making of para divulgação da obra.

O trabalho é acompanhado pela deputada Celina Leão, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, que fechou parceria com gravadora para que o projeto fosse realizado. “A Danila é um exemplo da falta de oportunidade no Distrito Federal, é uma menina talentosa que foi vítima da extrema pobreza e do contato precoce com as drogas. A gravação do CD é um trabalho da Comissão para mostrar que é possível ressocializar um preso por meio de oportunidades como esta”, explica Celina Leão.

Danila canta desde criança, mas disse que descobriu o dom da música dentro do sistema penitenciário. Ela participou de competições artísticas entre presos do DF e contou conseguiu ganhar três vezes consecutivas na categoria musical.

 

“As músicas para a competição devem ser criadas com temas. Já ganhei com a música da água, do crack e outra”, afirmou. Ela disse que não se importa com a premiação, porque gosta do processo de produção musical, pois tem “facilidade para compor”.

“Gosto de cantar com o batuque e aquelas músicas que tocam as pessoas. Gosto de todos os tipos de músicas” Danila Alves, presidiária que vai lançar CD com oito músicas.

Uma das músicas escritas por Danila foi inspirada em uma história que ela conheceu na cadeia –  a de um garoto de 10 anos viciado em crack, filho de uma colega presidiária (clique para assistir veja vídeo). A canção fala sobre como superar as drogas.

Danila disse esperar que as canções feitas por ela melhorem a vida de pessoas que foram algum dia influenciadas pelo tráfico de drogas ou pelo crime.

Ela afirmou que não gosta de interpretar ou se inspirar em outros cantores e declarou que o estilo dela é diferente. “Gosto de cantar com o batuque e aquelas músicas que tocam as pessoas. Gosto de todos os tipos de músicas.”

A cantora foi revelada no concurso Miss Penitenciária DF, que aconteceu no dia 10 de agosto. Ela compôs e cantou uma canção para abrir o evento. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF esteve no concurso e conseguiu uma parceria para a gravação do CD.

Prisão
Danila espera ser solta no início do próximo ano. Ela está presa há cinco anos, por tráfico de drogas. Ela disse ao G1 que quando era criança, a mãe também já ficou presa pelo mesmo motivo, por quase cinco anos.

 

“Minha mãe nunca quis essa vida para mim. Na minha infância, ter convivido com pessoas fumando e com drogas, aquilo me influenciou muito. Eu não tinha uma cabeça que eu tenho hoje”, explicou.

 

Rotina

 

Danila teve um filho no presídio, que hoje está com um ano e oito meses. Ela tem outras três crianças. A presidiária afirma que uma das dificuldades que encontra no dia a dia é a saudade da família.

“O pai do meu filho mais novo morreu, e ele me ajudava muito. Foi uma fase muito difícil da minha vida. Eu pensei que meu filho iria para um abrigo. Depois que ele saiu do presídio, eu fui para uma ala fechada e hoje eu só recebo as visitas deles em dias comemorativos”, disse.

Ela contou que entrou na Colmeia – nome pelo qual é conhecido o presídio feminino de Brasília – cursando a 6ª série e que hoje cursa o 1º ano do ensino médio. A presidiária explicou que tem aulas de inglês e que isso ajuda, inclusive, quando canta.

Danila também falou sobre a convivência com outras presas. “Aqui [no presídio] a gente aprende a gostar de pessoas, como também aprende a não gostar. Aqui tem pessoas de todos os tipos. É cansativo e doloroso”, disse.
Ela explicou que passou quatro anos dividindo uma cela com 28 mulheres. Há um mês, Danila foi transferida para outra ala, onde divide uma cela com outras quatro presas.

Karla de Oliveira, de 32 anos, amiga da cantora, disse que a música da presidiária ajuda a passar o tempo na prisão. Ela afirmou que ficará feliz quando 

Danila sair da penitenciária, pois a amiga a ajudou muito. “Ela amamentou meu filho, e a música é uma forma de pensar em outras coisas aqui dentro”.

 

 

 

 

Fonte: G1/DF

 

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