O futuro ministro da Justiça, o juiz que condenou Lula para tirá-lo para corrida eleitoral, Sergio Moro, afirmou ontem (03) durante um fórum em Madri, que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não representa de forma alguma “um risco de autoritarismo ou contra a democracia do Brasil”.
Na maior pachorra, Moro disse aos presentes que era Fernando Haddad, o “principal candidato opositor” de Jair Bolsonaro, que representava o projeto autoritário para o país, “Era o principal candidato opositor [Fernando Haddad] que, a rigor, tinha propostas de controle social da imprensa e do Judiciário”, disse Moro cinicamente.
Em seu discurso no fórum da Fundação Internacional para a Liberdade (FIL), presidida pelo escritor Mario Vargas Llosa, o juiz exonerado continuou cinicamente afirmando que também não vê a possibilidade de o novo governo aprovar medidas que “discriminem as minorias”.
Sergio Moro explicou o resultado da eleição presidencial no profundo impacto da indignação causada pela “corrupção sistemática” descoberta nos últimos anos.
O futuro ministro repassou brevemente a atuação da justiça nos casos de corrupção dos últimos anos, especialmente a Operação Lava Jato, que revelou gigantescos desvios da Petrobras, e ressaltou que “ninguém foi condenado por suas ideias políticas”.
Moro explicou que aceitou a proposta de Bolsonaro para ser ministro da Justiça porque é preciso dar uma “resposta institucional” fora dos tribunais para problemas como a corrupção, o crime organizado e a violência, através de “um endurecimento” das leis.
Considerou que estes males “afetam a qualidade da democracia em si própria” e lembrou que no Brasil são cometidos 60 mil assassinatos por ano, dos quais apenas 10% são solucionados, algo que constitui “uma calamidade”.
Além disso, o ex-juiz afirmou que não planeja ser candidato à Presidência no futuro.
“Não tenho mais ambições além da minha agenda política” nessas reformas jurídicas, ressaltou.
Ao apresentar Moro, Vargas Llosa afirmou que o ex-juiz é “exemplo da revolução silenciosa” dos brasileiros opostos à corrupção institucionalizada no país.
O escritor e ensaísta lembrou que se fala que a eleição de Bolsonaro representa a chegada da extrema-direita e do fascismo ao poder, e reconheceu que ele tende a “desconfiar” desses rótulos.
Do 247