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Janot acusa Gilmar Mendes de: “disenteria verbal” e “decrepitude moral”

Publicado em: 22/03/2017

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, criticou as acusações do ministro Gilmar Mendes de que o Ministério Público Federal vazou nomes de empreiteiros da Odebrecht na operação Lava Jato, e disse que isso é obra da “decrepitude moral” e “disenteria moral” de quem atribuiu ao órgão tal informação. Janto discursou, nesta quarta-feira (22/3), durante um evento na Escola Superior do Ministério Público da União.

“Não quero deter-me no fato específico, mas não posso deixar de repudiar com toda veemência a aleivosia que tem sido disseminada para o público nos últimos dias: é uma mentira, que beira a irresponsabilidade, afirmar que realizamos, na Procuradoria-Geral da República, coletiva de imprensa para ‘vazar’ nomes da Odebrecht”, e continua:

“Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios, mas, infelizmente, com meios para distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional”, afirmou.

No domingo (19/3), a coluna da Ombudsman da Folha de S.Paulo atribuiu à PGR o vazamento,  numa entrevista coletiva em off com jornalistas, os nomes dos investigados nos 83 inquéritos abertos a partir da delação premiada da Odebrecht.

Na terça-feira (21/3), o ministro Gilmar Mendes, do STF, criticou os vazamentos de informações da operação Carne Fraca e das delações de empreiteiros da Odebrecht na operação Lava Jato. Ele atribuiu à Procuradoria-Geral da República (PGR) a divulgação de informações sigilosas das investigações da Lava Jato e ressaltou que vazamentos podem configurar a prática de crime.

Hoje, Janot ressaltou que a PGR procura se distanciar dos “banquetes palacianos” e fugir dos círculos de comensais que “cortejam desavergonhadamente o poder político’. “Repudiamos a relação promíscua com a imprensa”, acrescentou.

“Ainda assim, meus amigos, em projeção mental, alguns tentam nivelar a todos à sua decrepitude moral, e para isso acusam-nos de condutas que lhes são próprias, socorrendo-se não raras vezes da aparente intangibilidade proporcionada pela posição que ocupam no Estado”.

“Não vi uma só palavra de quem teve uma disenteria verbal a se pronunciar sobre essa imputação ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao STF. Só posso atribuir tal ideia a mentes ociosas e dadas a devaneios, mas infelizmente com meios de distorcer fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação institucional”, afirmou Janot.

Janot disse também que é preciso reconhecer que sempre houve homens dispostos a “sacrificar seus compromissos éticos no altar da vaidade desmedida e da ambição sem freios”.

Esses, continuou Janot, “não hesitam em violar o dever de imparcialidade ou em macular o decoro do cargo que exercem; na sofreguidão por reconhecimento e afago dos poderosos de plantão, perdem o referencial de decência e de retidão”.

De Livia Scocuglia  no Jota

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