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Para cada bebê nascido uma muda de árvore será plantada em Planaltina

Publicado em: 11/11/2016

O Hospital Regional de Planaltina (HRPL) lançou o projeto “Quando nasce uma árvore, nasce uma criança”, que tem o objetivo de unir a sustentabilidade ao incentivo à amamentação. Na prática, para cada bebê nascido na unidade durante a Semana de Aleitamento Materno 2016, que ocorreu no início de agosto, será plantada a muda de uma árvore nativa do cerrado, que receberá uma placa com o nome da criança.

“Elas estão sendo homenageadas com o plantio de uma árvore, feito pelos pais e servidores do hospital. É um vínculo para sempre, além do que, vai recompor a vegetação e elevar a qualidade do meio ambiente no local” explica Maria do Socorro Nunes Aguiar, gerente de assistência multidisciplinar e de apoio diagnóstico do HRPL.

O plantio das 160 mudas, fornecidas pelo viveiro da Novacap, foi realizado nesta quinta-feira (9). São ipês-roxos, landins, xixás, tamarindos, ingás, copaíbas, magnólias, perobas, calistemos, folhas de prata e hibiscos, entre outras.

A área escolhida para o reflorestamento foi o entorno da pista de caminhada que existe no Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (Cerpis) do HRPL. A manutenção das árvores será conduzida em parceria com as famílias envolvidas, em cuidados com adubação, irrigação e combate a pragas.

“Estamos vendo, de forma prática, que a correlação estabelecida na SMAM – entre aleitamento materno e ações sustentáveis – pode ser materializada em atitudes concretas, como é o plantio das árvores nativas do cerrado no HRPL”, pondera a gerente.

A ideia original do projeto surgiu das lembranças da farmacêutica do HRPL, Débora Kist, a partir de uma experiência semelhante que vivenciou durante o seu período escolar. “Estudei em uma escola do Núcleo Rural de Tabatinga e, na época, em 2005, plantamos mais de 200 mudas que hoje já se tornaram árvores. Isso acaba por criar um vínculo muito pessoal com o lugar”, define.

O diretor do HRPL, Valter José Coser, concorda com a afirmação. “O hospital pertence à comunidade. O objetivo desse projeto é criar vínculos, fazer com que as pessoas retornem para cuidar das futuras árvores que levam os nomes dos seus filhos e também participar das práticas integrativas do Cerpis, como automassagem, tai chi, acupuntura, entre outras. Devemos frequentar o hospital para cuidar da saúde e não apenas pela doença”.

As mães e pais presentes no evento não escondiam a satisfação em “batizar” as mudas com o nome dos filhos. Num dia chuvoso, propício para o plantio, os casais se revezavam com os servidores do hospital na tarefa. Marcelo e Daniela Galvão, segurando o menino Gustavo no colo, ajudavam cobrindo carinhosamente a muda recém-plantada com o nome da criança, já garantindo que sempre vão cuidar da futura árvore.

“Todos os gestores de hospitais deveriam fazer o mesmo, pois isso estimula a comunidade a vir ao espaço para conviver e cuidar melhor da saúde”, sugere o pai.
Até uma situação limite, que poderia ser vista de forma negativa, como a morte de um filho recém-nascido, encontrou no projeto de plantio de mudas um amparo inesperado. Rosilene de Oliveira, que perdeu prematuramente José Gabriel, ainda assim resolveu plantar a muda que caberia à criança.
“Gostaria de estar aqui com o meu neném no colo, mas como isso não é mais possível, estou plantando essa árvore para que ela possa crescer à minha vista como ele cresceria diante de mim”, diz num misto de dor e conforto, com o olhar lançado para cima como se antevisse o conforto da sombra de uma frondosa árvore.

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