A Defensoria Pública do Distrito Federal conseguiu, pela segunda vez na Justiça, a liberação do uso do canabidiol (CBD), substância derivada da maconha, para fins medicinais. A decisão foi divulgada neste, trazendo alívio à família da pequena G. W., de 7 anos. O processo corre em segredo de Justiça.
A menina faz uso de medicamentos para convulsão desde que nasceu, mas foi em 2014 que as crises começaram a piorar. “O médico se assustou, pois ela não estava se alimentando por causa das crises”, explica a mãe, LeilaWeschenfelder, 42 anos.
O CBD ajuda a controlar as crises convulsivas, no caso de G.W., causadas por uma doença rara. A professora conta que as crises da filha ficaram mais intensas em julho do ano passado e decidiu começar a importar o CBD. “Nós começamos a dar o medicamento à G.W. e em 15 dias já começamos a notar a diferença”, lembra.
A cada dois meses, a família tinha um gasto de R$1 mil para importar e ter acesso ao medicamento. Foi após ver a repercussão da história da menina Sabrina Azevedo, 8 anos, primeiro caso divulgado em maio deste ano, em que a Defensoria Pública do DF conseguiu na Justiça o fornecimento do medicamento, que Leila recorreu aos serviços do órgão no mesmo mês. “Fiquei surpresa por ter sido tão rápido. O mérito da decisão foi toda dos defensores, eles tomaram a frente e foi muito importante. Temos a [decisão da] teoria em mãos, agora queremos que saia a prática”, comemora.
O defensor público e coordenador do Núcleo da Saúde, Celestino Chupel, explica como é feita ação nestes casos. “Inicialmente nós temos que ter um laudo médico comprovando que só esse medicamento está fazendo efeito para essa pessoa, para que este custeio seja feito pelo Estado. Na ação, nós alegamos também os riscos que o assistido corre ao não ter o acesso ao medicamento”, explica.