A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o economista José Carlos Alves dos Santos, de 71 anos, ex-chefe da assessoria de orçamento do Senado. Vinte um anos depois do escândalo dos “Anões do Orçamento”, ele foi preso em casa, no Lago Norte, por corrupção passiva. O caso foi o primeiro grande escândalo após a redemocratização do país.
O mandado de prisão foi expedido ontem pela Vara de Execuções Penais de Brasília. A assessoria da polícia informou que José Carlos do Santos será encaminhado para a carceragem da Polícia Federal. Ele foi condenado a cumprir dez anos e um mês de reclusão.
O ex-assessor do Senado foi quem denunciou as irregularidades para a "CPI dos Anões”, instaurada no Congresso em 1993.
Ele já esteve preso por ter sido condenado por matar a mulher, Ana Elizabeth Lofrano, em novembro de 92.
De acordo com as investigações, os envolvidos recebiam altas comissões para favorecer empreiteiras fantasmas e desviavam recursos para entidades de assistência social fantasmas. A maior parte dos parlamentares envolvidos era de baixa estatura física, por isso o caso ficou conhecido como “Anões do Orçamento”.
Na época, o rastreamento de contas bancárias acabou derrubando o então presidente da Câmara, Ibisen Pinheiro (PMDB), o líder do PMDB, deputado Genebaldo Corrêa e o deputado baiano João Alves de Almeida João, suposto chefe do esquema. Alves, que morreu em 2004, lavava o dinheiro comprando cartões de loteria premiados.
Ainda entre os principais envolvidos estavam o então deputados Manoel Moreira (PMDB-SP), Cid Carvalho (PMDB-MA), José Geraldo Ribeiro (PMDB-MG), o senador Ronaldo Aragão (PMDB-RO) entre outros parlamentares.
ADRIANA MENDES de o Globo