O vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippeli (PMDB), elogiou nesta quarta (6) a atuação do diretor-geral do Transporte Urbano do DF (DFTrans), Marco Antonio Campanella, à frente do órgão, mas defendeu a investigação das denúncias que recaem sobre o diretor. Nesta terça (5), o Ministério Público informou que abriu um inquérito para investigar as denúncias de irregularidade no órgão.
Filipelli é acusado de cobrar de empresas concessionários do transporte público da capital federal passagens de ônibus e bilhetes aéreos para pessoas ligadas ao PPL, partido do qual é presidente no DF. “Não é o fato de apoiar ou não. O Campanella tem feito um belo trabalho à frente do DFTrans. O importante do governo é dar a resposta certa, fazer a verificação, a investigação correta para dar uma resposta à sociedade. Isso não nos preocupa, não nos assusta”, disse o vice-governador.
Filippeli afirmou ainda que é preciso entender o atual momento pelo qual o governo passa. “A gente tem que entender o momento que se vive, o conflito que se vive, com as partes interessadas, com o que a gente briga, com a história que a gente briga”, disse. “Temos que encarar a realidade e enfrentar a realidade mas continuar trabalhando, continuar mudando.”
Passagens – E-mails mostram que dois ex-chefes de gabinete do DFTrans encaminhavam pedidos de passagens aéreas a uma diretora de empresas do grupo Amaral, que operava no sistema de transporte coletivo de Brasília até sofrer intervenção do GDF, em fevereiro deste ano.
Campanella nega irregularidades e declarou que vai abrir sindicância para apurar o caso. O diretor disse que o órgão recebe mensalmente “centenas” de pedidos de ajuda de entidades para transporte de pessoas e que os encaminha para empresas, “mas nunca as concessionárias [de transporte coletivo]”. Ele disse ainda que não tinha conhecimento dos pedidos feitos pelos dois ex-chefes de gabinete e considerou “mera coincidência” o fato de os beneficiados pelas passagens serem filiados ao partido presidido por ele.
Grupo Amaral – Segundo o administrador das empresas, Valmir Amaral, a intervenção ocorreu depois que o grupo parou de atender às exigências da direção do DFTrans. “Eu tenho certeza que houve retaliação. A tomada das empresas do meu pai pelo GDF foi uma resposta ao fim dos pagamentos”, afirmou.
Nesta terça (5), Amaral e o engenheiro José Weber Arnault, que atuou no processo de intervenção do GDF nas empresas do Grupo Amaral, estiveram na Câmara Legislativa do DF para falar sobre as irregularidades no sistema de transporte da capital. Campanella, o secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, e o presidente da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), Carlos Alberto Kock, não compareceram à comissão.
A Secretaria de Transparência e Controle do Distrito Federal informou ter aberto na sexta-feira (1º), após determinação do governador Agnelo Queiroz, um processo de investigação preliminar para apurar denúncias que envolvem Marco Antonio Campanella. O secretário afirmou que o procedimento aberto nesta sexta deve durar de 30 a 60 dias.
Com informações do G1.