O ex-senador Valmir Amaral foi ouvido hoje (05) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) a convite da deputada Celina Leão (PDT), que preside a Comissão. Revoltado o empresário soltou o verbo contra o governador do DF, Agnelo Queiroz, o vice Tadeu Fillipeli e o diretor do DFTrans Marco Antonio Campanella e o secretário de Transportes, José Walter Vasquez. Sem papas na língua, Amaral acusou o quarteto de saquearem empresas de propriedade dos seus pais e, no embalo da intervenção no ato da assunção, terem surrupiado mais de R$ 500 mil em espécie do cofre de uma das garagens, além de peças do almoxarifado.
O mal feito foi confirmado pelo engenheiro José Weber Arnalut , contratado como consultor pela TCB à época da intervenção em três empresas de ônibus urbano do grupo Amaral. O técnico que acompanhou a assunção das empresas afirmou ter alertado o governo sobre a irregularidade das práticas, “ainda assim levaram o dinheiro e as peças, a assunção foi roubalheira” disparou o engenheiro, que já prestou depoimento no ministério Público. Amaral também denunciou que empresas de sua propriedade que não estavam sob intervenção do governo tiveram veículos levados.
Para Celina Leão a ausência dos convidados demonstrou falta de interesse em debater o assunto. “Teremos uma comissão geral no próximo dia 14 e vou convocar todos que não compareceram hoje, para que tenha o contraditório. É no mínimo suspeita uma intervenção sob o argumento de garantir a continuidade dos serviços prestados, com uma licitação feita Às vésperas das novas empresas assumirem o transporte. Por uma questão de no máximo três meses o governo preferiu investir R$ 12 milhões iniciais na empresa, mas o valor já chega a cerca de R$ 40 milhões. Uma farra com o dinheiro público, para as empresas vencedoras da licitação usarem os ônibus e as garagens das empresas assumidas pelo governo, isso precisa ser apurado”, avalia a deputada. “Vou enviar as notas taquigráficas e a gravação desta oitiva para o Ministério Público e o Tribunal de Contas”, anunciou a parlamentar
A INTERVENÇÃO – “Os estorquidores do governador chegaram às 7h armados com metralhadoras, para roubar as empresas dos meus pais de forma brutal, levaram 90 ônibus da minha empresa Rápido girassol, que não estava na intervenção, as garagens foram saqueadas. Não estou aqui atrás de dinheiro ou das empresas de volta, o desejo da minha mãe, inclusive, é que o governo venda as empresas e doe o dinheiro aos pobres ou crianças com câncer, o que quero é uma resposta pelo que fizeram com meus pais. Na época as empresas vaiam R$ 200 milhões“, desabafou Amaral.
AUSENCIA DO GOVERNO NA OITIVA – Campanella e o secretário de Transportes, José Walter Vasquez, não compareceram à oitiva. “Não vieram aqui porque não tem coragem de olhar nos meus olhos, são bandidos e eu vou provar isso. Aqui fala uma pessoa revoltada, que amava empresa de ônibus, agora não quero nem ouvir falar por causa desses dois vagabundos Agnelo e Tadeu, que viviam na casa dos meus pais, comiam a comida da minha mãe” declarou Amaral.
CPI do TRANSPORTE – “Estou articulando a CPI do Transporte no Senado, para ter o prazer de ver sair presos Agnelo e Tadeu , esse governador merece sair algemado de lá, já conversei com vários senadores que estão favoráveis à CPI. Vou levar isso até a morte, não pelas empresas porque não precisamos delas, mas pelo desgosto de ver meus pais serem tratados como bandidos, isso me levou a uma depressão de 90 dias”revelou o empresário.