A semana começa no Distrito Federal com uma paralisação no Metrô-DF e a ameaça de operação tartaruga na Polícia Militar. Apenas sete dos 24 vagões estão circulando. Os metroviários afirmam que, diante da falta de uma proposta concreta do Governo do DF em relação à realização de concurso público, decidiram cruzar os braços por 24 horas.
Na sexta (19), a Secretaria de Administração Pública prometeu que o edital sairá até o mês de dezembro, mas o Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (SindmetrôDF) disse, em comunicado, que “não é dada nenhuma garantia de que o edital será efetivamente publicado” e, em comunicado, a entidade informou que a categoria exige garantias reais de que o concurso sairá. Para o Sindmetrô, a falta de mão-de-obra prejudica o desempenho nas atividades de todos os profissionais e que não é possível colocar dois agentes de segurança em cada trem e estação, como solicita a lei, o que estaria sobrecarregando os trabalhadores que estão na ativa.
O Metrô – DF informou que vai recorrer à Justiça do Trabalho para pedir a nulidade da greve dos metroviários. Segundo o diretor jurídico do Metrô, Genuíno Moreira, a paralisação é ilegal e só prejudica o usuário. O Metrô já havia entrado na justiça na sexta (18) para impedir a paralisação, mas a ação foi indeferida porque a greve ainda não havia sido deflagrada. Desta vez, além de pedir o fim da greve, a empresa deve pedir garantias de que os empregados não sejam impedidos de trabalhar e os trens voltem a operar com mais de 30% de sua frota.
Reivindicações – O sindicato enfatizou que se o edital do novo concurso público não for publicado até as 17h desta segunda (21), a partir de terça (22) haverá greve por tempo indeterminado, respeitando o serviço operacional mínimo de 30% estabelecido pela lei.
Entre as reivindicações da categoria está, também, que o serviço de bilhetagem, terceirizado há quatro anos, seja devolvido aos empregados concursados, responsáveis pelas atividades meio e fim da empresa. Os trabalhadores também querem aumento do efetivo do corpo de seguranças. Hoje, a maior parte do serviço é terceirizada. Ao todo, o sistema conta com 930 funcionários, sendo 600 do setor de operações.
Concurso – Segundo o secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda, o concurso já está autorizado e o cronograma está pronto. “O GDF tem se empenhado em cumprir com a política de valorização do servidor, nomeando os concursados e realizando concursos com a necessidade de cada órgão. Sabemos da urgência do Metrô em renovar o seu quadro de pessoal e estamos entregando o cronograma do concurso já autorizado”.
Lacerda disse que o governo não pagará os dias sem trabalho. Além disso, a direção do Metrô-DF já impetrou ação no Poder Judiciário, para decretar a ilegalidade do movimento.
Segundo o secretário de Relação Intersindical do SindmetrôDF, Dione Aguiar, a categoria adiou uma paralisação em 31 de outubro de 2012, depois que o Metrô-DF se comprometeu a publicar o edital de um concurso para dezembro daquele ano. “O GDF disse que soltaria edital de concurso para dezembro, não cumpriu, depois disse que faria em 15 de fevereiro e não fez. A empresa disse que faria em julho, depois disse que faria em setembro. A gente se reuniu com a empresa e o governo durante a semana. Eles disseram que farão em dezembro [deste ano], mas categoria não acredita mais”, afirma Aguiar.
Manifestações – Nesta segunda (21), a categoria prepara uma manifestação no Centro Administrativo e Operacional do Metrô, em Águas Claras. A partir das 6h30, ônibus sairão do Sindmetrô, da Estação Terminal Ceilândia e da Estação Terminal Samambaia, para o local da manifestação.
Com informações de G1 e R7.