Duas alunas foram impedidas de assistir aula no Centro de Ensino Fundamental 02 de Ceilândia, no Distrito Federal, por conta da roupa que usavam. Para o diretor da unidade, as roupas delas eram “curtas demais e muito extravagantes”. As jovens estudam no local há dois anos e esta foi a primeira vez que foram barradas.
Segundo uma das meninas, de 12 anos, o diretor barrou as duas e mandou que ligassem para a “mãe trazer calça”, se não elas ficariam de fora. “Está errado isso, porque outras alunas usam roupas até mais curtas e entram normalmente”, reclamou.
Duas medidas – O pai das jovens, Wilson de Abreu Castro, decidiu tirar fotos de outras estudantes e até mesmo das professoras que usam shorts e mesmo roupas bem mais curtas para fazer uma denúncia na regional de ensino. “Se os professores podem, porque elas não podem? Se outras alunas podem, porque elas não? Qual a diferença? Tem que valer para todos”, disse.
Segundo Castro, o único item obrigatório do uniforme é a camisa da escola. Ele disse que chegou a questionar a direção sobre a medida, mas não teve uma resposta muito clara. “O diretor disse que era um problema interno e que ele iria resolver”.
Proteção – À imprensa, o diretor, que não quis mostrar o rosto, afirmou que esta é uma medida para proteger as alunas. “Roupas curtas e extravagantes demais chamam a atenção e nós estamos em um meio onde quanto mais proteção tiver, melhor”, afirmou.
Ao ser questionado sobre o motivo de outras alunas e até mesmo professoras poderem ter acesso às salas de aula usando o mesmo estilo de roupa, o diretor não soube explicar, mas garantiu que vai continuar cobrando ajuda dos pais das alunas. “Professor é um adulto e não precisa de proteção. Por mais que seja exemplo, usam roupas perfeitamente admissíveis para um educador. Agora os pais vão continuar sendo orientados e trazerem as filhas bem vestidas, ou seja, com roupas que serão vistas com bons olhos em qualquer lugar público”, afirmou.
As informações são da TV Record.