Indira Quaresma, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, sessão Distrito Federal (OAB/DF), elaborou parecer em que aponta truculência nas ações da Polícia Militar do DF (PMDF) nas manifestações de 7 de Setembro. A OAB/DF encaminhou ofícios à Secretaria de Segurança e à Procuradoria-Geral, solicitando apuração dos supostos abusos da corporação.
No documento, Indira diz ainda que não se pode fechar os olhos para a violência contra os militares. “Tenho por princípio que a medida da força que a polícia deve usar em situações de vandalismo é tão somente aquela suficiente para cessar a agressão, seja a agressão à coisa alheia, seja a agressão ao próprio policial. O policial, que é a encarnação do Estado, não pode nunca ser o agente da violência. Não pode nunca trocar de posição com o agressor.”
O chefe do Comando de Missões Especiais da tropa, Gilson Leal, afirmou que até a noite de segunda (09) a PM não recebeu denúncias e que não houve excessos por parte dos policiais, mas que cada acusação será apurada.
Abuso e truculência – Indira afirmou que 15 advogados estiveram nas manifestações para verificar a atuação dos militares e que presenciaram atitudes abusivas e truculentas como agressões verbais aos manifestantes presos, falta de identificação dos policiais e tratamento violento dado à imprensa.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), 12 profissionais foram agredidos. Indira afirmou que a polícia se justificou dizendo que “nem todos os repórteres estavam identificados, mas não justifica. E teve fotógrafo com capacete escrito press [imprensa, em inglês] que também foi agredido”.
Leal justificou que em situação de crise, como a das manifestações, os profissionais da imprensa precisam ter uma postura diferente, se expondo menos aos riscos e que “nem todo mundo sabe inglês. Nem todo mundo sabe que press é imprensa”.
“Porque eu quis” – A OAB também encaminhou ao comando-geral e à Corregedoria da PM um ofício solicitando apuração do ocorrido entre manifestantes e um capitão do Batalhão de Choque identificado como Bruno e que responde que jogou gás lacrimogêneo contra um grupo de manifestantes “porque quis”.
Já a Promotoria de Justiça Militar requisitou abertura de inquérito para investigar o caso. “Ao que parece ele realmente foi provocado, mas uma pessoa no posto dele não pode ceder às provocações”, afirmou o promotor Nísio Tostes.
Com informações de redes sociais, OAB/DF e G1.