A Polícia Civil do DF (PCDF) prendeu na tarde desta terça (02) o terceiro acusado de depredar o Palácio do Itamaraty durante protesto no último dia 20. O diretor afirma que os três suspeitos não se conheciam e não agiram juntos. Domivan Pereira de Almeida, conhecido como "MC Dom", é vinculado à torcida “Facção Brasiliense” e foi flagrado em cenas contra o palácio por fotos e vídeos divulgados pela imprensa, arremessando uma barra e um outro objeto e reconhecido mesmo usando a camisa para cobrir o rosto.
De acordo com o diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier, a Polícia Civil já recebeu 30 denúncias anônimas, e sete suspeitos foram identificados. Além de MC Dom, Cláudio de Souza e Samuel de Jesus já foram ouvidos e também confessaram o crime. Todos têm entre 18 e 25 anos, são de classe média e moram em Taguatinga e no Plano Piloto. Os suspeitos foram liberados pela polícia, pois não houve flagrante. “O primeiro já tinha antecedentes e frequentava lugares aglomerados para furtar. O segundo era vinculado ao movimento punk, e o último, vinculado à torcida organizada”, disse Xavier.
Depoimentos – Em depoimento, Dom confessou que estava na rampa do Itamaraty e que, de fato, arremessou objetos, mas negou ter jogado coquetel motolov e disse estar arrependido do que fez, argumentando que agiu “no calor do momento”. MC Dom está em liberdade provisória, porque em maio deste ano foi autuado em flagrante por lesão corporal e Lei Maria da Penha. Agora, ele será autuado por dano ao patrimônio público.
Cláudio cumpre prisão domiciliar por furto e tem passagens, por lesão corporal e por injúria. Já Samuel está desempregado e constam dois termos circunstanciados contra ele, um por porte de drogas e outro por resistência e desacato. Ele pretendia prestar concurso público e afirmou estar arrependido. Ambos disseram ter agido sozinhos. O inquérito será encaminhado para a Polícia Federal, responsável por investigar casos envolvendo edifícios da União. Os jovens podem ser indiciados por dano ao bem público e pegar de seis meses a três anos de reclusão ou três anos a seis anos pelo crime de incêndio.
As investigações, feitas com base em imagens cedidas pela Polícia Militar e fotos de arquivo, não têm previsão para acabar, mas o diretor-geral diz estimar que o número final seja maior.
Protesto – O Palácio do Itamaraty foi depredado durante manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no último dia 20. Ao todo, 65 vidraças foram danificadas somente a reposição gerou gastos de R$ 18.414. O protesto, que reuniu 60 mil pessoas, terminou com pichações em cinco ministérios, destruição de 13 placas de sinalização e retirada de 15 holofotes das fachadas dos ministérios quebrados e das bandeiras dos 26 estados e do DF que ornamentavam a Alameda dos Estados, cuja reposição ultrapassa os R$ 5 mil.