Segundo Renata Vianna, delegada adjunta da 1ª Delegacia de Polícia, da Asa Sul, a aposentada Natércia de Souza será acusada de injúria racial por ter ofendido funcionários de uma padaria e dado um tapa na cara da atendente de caixa que trabalha no local no domingo (02). Para a polícia, o crime cometido não configura racismo, que é inafiançável. O crime de injúria racial ocorre quando há ofensa à honra, mas não causa prejuízo à vítima.
Ela foi presa, acusada de agressão contra três funcionários da padaria, que fica na quadra 113 Sul, em Brasília. A confusão foi filmada por uma cliente que estava na fila de atendimento e denunciada à polícia, que foi até o local e encaminhou a aposentada até a delegacia.
Segundo a assessoria da padaria, durante a discussão, a mulher disse à vendedora que já havia trabalhado com negros e que sabia que eles eram “acostumados a roubar”. “Você é um negro se fazendo de coitadinho”, disse a mulher a um dos funcionários. Outros atendentes tentaram falar com a mulher, mas ela continuou gritando e ofendendo os atendentes. “Seus neguinhos. Quando eu vier aqui você procura me tratar logo e bem, porque você é um negro se fazendo de coitadinho”, disse ela.
Segundo as testemunhas, a confusão teria começado porque a mulher discordou do preço do suco que tomou na padaria e ela acusou a funcionária de roubo. “Ah, que gracinha, ela está aqui sem a lista de preço. Ela queria me roubar. Eu vou nessa. A negra queria me roubar, eles querem me roubar”, disse.
Racismo no DF – Segundo a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, o Distrito Federal está entre os lugares do país com alto índice de preconceito racial. Dados da Polícia Civil mostram que o ano passado foram registradas 402 ocorrências de injúria racial e sete de racismo.
Em março, o GDF inaugurou o “Disque Racismo”. De acordo com o secretário da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Sepir), Viridiano Custódio, como o serviço recebe um número grande de ligações, todos os registros serão analisados para que as medidas cabíveis sejam adotadas. “Verificamos que é um número muito grande de contatos e ainda vamos tipificá-los. É importante que a comunidade saiba que tudo será tabulado e encaminhado. Aos que necessitarem, ofereceremos atendimento jurídico e psicológico”, disse.
As vítimas podem ligar para o número 156, opção 7, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Nos sábados, domingos e feriados, o horário de expediente é das 8h às 18h. Se preferir, o interessado pode enviar mensagens para o e-mail: ouvidoriaracial.sepir@buriti.df.gov.br.
Com informações da TV Record.