A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedest) do governo do Distrito Federal lançou no dia 14 deste mês uma licitação para comprar 40 videogames da marca Sony, modelo Playstation 3 Slim 3D. Nesta quinta (20), a compra foi cancelada, mas o GDF nega a influência das manifestações, que no DF criticam principalmente os altos gastos com o Estadio Nacional Mané Garrincha e os grandes eventos esportivos, e argumenta que suspendeu por uma questão técnica, já que o edital discriminava a marca do videogame, o que é proibido pela lei.
Já a Secretaria de Planejamento (Seplan), que realiza a compra, disse que desde junho do ano passado, o governo distrital tem se esforçado na redução de gastos e que, dentro desse contexto, as manifestações recentes tiveram “influência indireta” no cancelamento.
A compra previa que cada um dos 40 videogames teria dois controles e pelo menos um jogo e incluiria, conforme a licitação, uma televisão de 32 polegadas com tela de LED Full HD, além de 30 aparelhos “no-break”, que são usados para garantir o funcionamento temporário de equipamentos eletrônicos em casos de queda de energia.
O valor estimado no processo é mais do que o dobro verificado nas avaliações de mercado, segundo o jornal Estado de São Paulo. Em sites de pesquisa e comparação de preços, cada unidade do videogame nas especificações exigidas pelo governo do Distrito Federal pode ser encontrada por R$ 800, enquanto os "no-break" da potência estipulada são vendidos por R$ 350. Já um televisor do modelo pretendido na licitação custa R$ 900. Somados os valores de todos itens, o preço mais baixo encontrado na internet para o conjunto de equipamentos é R$ 43.400, mas o valor sugerido no aviso de licitação é de R$ 100.780,87, mais do que o dobro.
Sedest – Segundo nota da assessoria de imprensa da Sedest, os aparelhos seriam usado em atividades para crianças e adolescentes de comunidades pobres atendidos em 17 centros de convivência mantidos pela pasata, que oferecem serviços sociais que visam prevenir a ocorrência de situações de exclusão social e de risco, em especial a violência doméstica e o trabalho infantil.
Os videogames atenderiam cerca de mil crianças e adolescentes. Justificou que “como ferramenta de apoio para as atividades ofertadas, os jogos digitais, entre eles os videogames, podem trazer benefícios para o desenvolvimento desde que integrados a uma rotina composta por outras atividades, contribuindo para o desenvolvimento físico e psíquico das crianças e adolescentes”. A Sedest argumenta que “esse tipo de jogo ajuda a desenvolver e aprimorar o raciocínio lógico, a coordenação motora, o pensamento ágil e a memória. Outro benefício é a possibilidade de socialização”.
As informações são do G1 e d’O Estado de S.Paulo.