O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta quinta (06) a destinação de uma verba de R$ 21,3 milhões para a instalação de 12 centrais de triagem e a capacitação de 2.160 catadores das 33 cooperativas do Distrito Federal. O objetivo da ação é elevar a renda média mensal dos catadores de R$ 400 para R$ 720 em três anos. As cooperativas não tem estrutura física para realizar a triagem dos resíduos coletados.
Os recursos são do Fundo Social do BNDES e correspondem a 50% do valor total a ser investido. É a quarta operação do tipo aprovada pelo banco, que já contratou operações semelhantes com os municípios do Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. A verba vem de um projeto do BNDES, que objetiva implantar ou ampliar os programas de coleta seletiva de lixo reciclável nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. As exigências são que os projetos sejam colocados em prática até o início do Mundial e que o governo local invista a mesma quantia que o banco.
De acordo com o BNDES, 98% das 2,4 mil toneladas coletadas diariamente no Distrito Federal são aterrados no Lixão da Estrutural e os 2% restantes são encaminhados para a reciclagem pelos catadores. Além das 12 centrais de triagem que serão instaladas, cada uma receberá um caminhão de seis toneladas para dar suporte logístico à operação e os catadores serão capacitados para realizar triagem, classificação, prensagem, comercialização e gestão de empreendimentos coletivos.
O projeto prevê ainda a formação de um corpo técnico para apoiar as cooperativas na gestão e desenvolver um programa de limpeza, manutenção de galpões de triagem, construção e equipagem de uma central de comercialização, estruturação de uma escola de formação para os catadores, e fortalecimento das cooperativas que não foram selecionadas para as centrais de triagem para inseri-las no modelo.
PPP – O Governo do Distrito Federal tenta firmar uma Parceria Público Privada (PPP), que se for aprovada como foi concebida deve tirar os catadores do sistema de coleta e destinação dos resíduos sólidos e a proposta é que os serviços sejam entregues a uma única empresa privada durante 30 anos e deve ainda acabar com o lixão, até 2014 por determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Em dezembro o DF apareceu em último lugar no Índice de Cidades Verdes da América Latina, desenvolvido pela organização Economist Intelligence Unit (EIU), que analisou 17 cidades latino-americanas e diagnosticou uma situação de pouco cuidado com os resíduos na capital brasileira, apesar de apresentar índices acima da média em itens como Saneamento Básico e Governança Ambiental.
Diariamente, cerca de 8,7 mil toneladas de lixo chegam ao Lixão da Estrutural e não têm a correta destinação e tratamento. Foi esta situação que deixou Brasília abaixo da média na lida com os resíduos sólidos, segundo a EIU, que aponta ainda que o fraco desempenho se deve à elevada taxa de produção de resíduos: por ano, cada brasiliense produz em média 875 quilos de lixo, o que coloca a capital do país como um dos locais onde a taxa de produção de resíduos é mais alta que a média do índice das cidades pesquisadas, que é de 465 quilos anuais por habitante.
Com informações do Uol e do G1.