Neste fim de semana, duas pessoas morreram em acidentes provocados em locais de outros acidentes. Um motociclista morreu na noite de sábado (08) após atropelar um policial militar que sinalizava o local de um acidente ocorrido na DF-435, perto de Brazlândia. No domingo, morreu um bombeiro militar que foi atropelado na madrugada deste sábado (8), enquanto realizava um resgate na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), no Distrito Federal.
No primeiro acidente, o motociclista chegou a ser levado para o Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos. Já o militar, segundo a corporação, sofreu uma fratura no braço e não corre risco de morte. O Corpo de Bombeiros informou que o acidente anterior foi uma batida e, dos cinco ocupantes do carro, duas pessoas precisaram ser socorridas, mas não souberam informar o estado das vítimas nem há informações sobre o que ocasionou o acidente. No momento da colisão, o homem arrumava os cones que sinalizavam o local.
Já o caso do bombeiro, a equipe estava no local para socorrer um motorista que bateu na mureta de proteção da via, na altura de Vicente Pires, e rodou na pista. Segundo a polícia, ele tinha sintomas de embriaguez e foi levado consciente para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Foi neste local que Antonio Tadeu Botelho dos Santos foi atropelado. “[Ele] já tinha feito a sinalização, colocado os cones, e eu estava fazendo a estabilização da primeira vítima. Quando minha visão voltou para a cena, foi o colega no ar e caindo. Tenho convicção que fiz o máximo por ele, mas foi difícil”, disse o sargento Celiomar Ferreira.
Segundo os bombeiros, a motorista do Porsche fugiu do local, mas foi perseguida e conduzida à delegacia para prestar depoimento. A Polícia Civil informou que ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e teve a carteira de habilitação recolhida e foi multada em R$ 1.915. A motorista do Fox também prestou depoimento e realizou o teste do bafômetro, que indicou que ela havia ingerido bebida alcoólica e, por isso também, foi punida com multa e recolhimento da carteira.
Versões diferentes – A Polícia Civil trabalha com duas hipóteses: a de que, enquanto arrumava a sinalização da via, o militar foi atingido por um Fox, enquanto fugia de um Porshe que invadiu a área isolada, ou que ele tenha sido acertado pelo Porsche e arremessado para o para-brisas do outro carro. A perícia deve ser concluída em 30 dias.
Segundo a Polícia Civil, as duas motoristas negam ter atropelado o homem e apresentam versões divergentes sobre o acidente. A condutora do Porsche afirma que não teve nenhuma participação no atropelamento e a motorista do Fox garante que o bombeiro foi atropelado pelo outro veículo e o corpo lançado sobre o carro dela.
A delegada da 38ª DP, Tânia Soares, diz que somente o resultado da perícia vai apontar as causas do acidente. “Tudo indica que o Fox seja o responsável pelo atropelamento, porque ele tem muitas marcas, enquanto o Porsche tem apenas alguns arranhões na laterais. A motorista do carro de luxo disse que não parou porque tinha certeza de não ter se envolvido em nada. Isso não significa que ela não vai responder pelos atos dela até aí, afinal houve desrespeito à sinalização, não sabemos sobre a velocidade, essas coisas”, disse a delegada.
Tânia informou que solicitou as imagens de câmeras próximas ao local do acidente. Segundo ela, o perito disse que não havia marcas de frenagem e testemunhas afirmaram que aparentemente os carros não estavam em alta velocidade.
Homenagem – Antônio foi sepultado nesta segunda (10). Antes do enterro, o corpo do sargento percorreu as ruas do Gama em carro aberto. Os colegas usaram o Facebook para homenagem o sargento. Na página do Corpo de Bombeiros na rede social, os colegas exaltam as qualidades do sargento e compartilham montagens com fotos dele, durante o serviço.
