Exclusivo do Letras de Plantão por Samuelita Santana – A tensão no voo 31866 da Gol, que saiu do aeroporto de Brasília às 17:25h desta terça-feira com destino a Salvador, e os riscos que correram os 174 passageiros e a tripulação a bordo (o avião estava lotado ), precisam ser minuciosamente investigados. As notícias preliminares dão conta de que o piloto suspeitou logo na decolagem que havia problemas em um dos pneus do trem de pouso, comunicando o fato à torre de controle em Salvador que montou por sua vez esquema de segurança com ambulâncias e Corpo de Bombeiros para receber a aeronave. No pouso, que acabou acontecendo sem incidentes, um dos pneus do avião estourou. Pelo menos dois políticos e um ex-ministro estavam a bordo: o presidente do PSDB baiano, João Almeida, o deputado federal Erivelton Santana, do PSC e o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, do PT.
A avaliação do comandante da aeronave de que todos os parâmetros estavam normais e que o voo poderia seguir em condições seguras, não batem com o relato de um dos passageiros, que preferiu não se identificar mas que no desembarque conversou com o inspetor de Aviação Civil da Agência Nacional de Aviação – ANAC, Marcelo Lima, que se encontrava no Aeroporto de Salvador acompanhando a aterrisagem e o desembarque dos passageiros. Segundo o passageiro dois detalhes despertaram sua atenção ao embarcar. O primeiro foi perceber uma espécie de papelão que cobria os vidros da cabine de pilotagem e o segundo foi justamente no momento em que entrava no avião. Ao passar e olhar para dentro da cabine viu um dos tripulantes, não sabendo informar se era piloto ou não, manuseando uma garrafa e um copo. Ele disse que viu o tripulante servir-se da bebida e colocar a garrafa entre as pernas. Embora não tendo certeza de tratar-se de bebida alcoólica, o passageiro estranhou o fato, sobretudo pelo estilo da garrafa, de vidro e quadrada, que em nada se parecia com uma garrafa de água, apesar do líquido incolor.
O passageiro discorda da informação prestada pelo comandante de que as condições para o prosseguimento do voo eram seguras. Ele contou que logo na manobra de saída, antes de ganhar velocidade para a decolagem, o trem de pouso da aeronave bateu em um dos sinalizadores da pista estourando um dos pneus, o que assustou os passageiros que sentiram o barulho e a trepidação. Segundo ele, por questões de segurança o voo deveria ter sido abortado de imediato, já que o avião não estava na etapa veloz de decolagem.
O passageiro contou que durante todo o voo se manteve em estado de alerta, assim como os demais passageiros que perceberam o nervosismo da tripulação. O serviço de alimentação a bordo, inclusive, foi suspenso antes da finalização por determinação do comandante, conforme contou. O passageiro, que se encontrava posicionado na janela, disse ainda que chegou a ver pedaços de borracha no momento da avaria do pneu. Em sua opinião, o segundo pneu estourou na aterrisagem, em Salvador, justamente por não aguentar a pressão e o impacto, já que um dos pneus havia sido danificado na decolagem. Na conversa que manteve com o inspetor da ANAC, o passageiro disse que comunicou esses fatos e sugeriu, inclusive, teste de alcoolemia nos pilotos.