A Operação Liberdade, deflagrada nesta quarta (15) pela Polícia Federal (PF) no Distrito Federal libertou 80 pessoas alojadas em seis casas em Samambaia. Eles foram trazidos para o Brasil por uma quadrilha acusada de envolvimento no tráfico internacional de pessoas e todos teriam vindo de Bangladesh, aliciados por conterrâneos.
De acordo com a polícia, seis aliciadores já foram localizados. Quatro seriam traficantes de pessoas e dois intermediários. Nenhum deles foi preso porque ainda tem de esperar sair o mandado de prisão pela justiça. Um chegou a ser levado à delegacia, mas foi liberado em seguida. As informações preliminares são que os acusados devem responder em liberdade pelo crime de introdução clandestina de estrangeiros, cuja pena varia de um a dois anos de prisão.
Pela manhã, o Jornal O Globo havia informado que os estrangeiros estariam sendo arregimentados por pequenas construtoras, subcontratadas por empresas maiores, uma delas a empreiteira MRV e a polícia suspeitava que alguns dos trabalhadores estrangeiros podem estar sendo usados em projetos do Minha Casa Minha Vida, mas Cali não confirmou estas informações e disse apenas que eles trabalhavam em lava-jatos, frigoríficos e em construção civil e que grande parte dessas pessoas ainda estava desempregada.
Tráfico – De acordo com o chefe de Serviço de Repressão ao Trabalho Forçado, Dennis Cali, a quadrilha aliciava os trabalhadores com falsas promessas de salários que variavam entre US$ 1 mil e US$ 1,5 mil e cobravam entre US$ 10 mil e US$ 12 mil para trazer de forma ilegal os imigrantes, que entravam no Brasil pela Guiana Inglesa, Peru e Bolívia e tinham a situação migratória regularizada por meio do pedido de refúgio, o que permitia receber carteira de trabalho e CPF e a trabalhar legalmente.
Ao chegar, os aliciados tinham os passaportes retidos e eram obrigados a pagar mensalmente aos membros da quadrilha dívidas por alojamento e passagem. Os passaportes que estavam com os aliciadores foram recuperados. A Polícia Federal informou que ofereceu abrigo, mas a ajuda foi recusada pelas vítimas que não aceitam sair das casas.