Os vizinhos de uma mulher de 93 anos acionaram a polícia para socorrer uma idosa de 93 anos, que teria sido abandonada pela enteada em um barraco em Sobradinho II no Distrito Federal. A Polícia Militar foi ao local na quarta-feira da semana passada e agora a mulher foi levada para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e aguarda uma vaga em um abrigo para idosos. Ela estava suja e com fome em frente ao barraco onde morava. Segundo os vizinhos, sem comida, a mulher chegou a comer grama para se alimentar.
Segundo os vizinhos, a enteada se mudou com o marido e sete filhos há dois meses. Desde então, a idosa ia para a porta de casa e reclamava da falta de cuidados. Eles afirmaram ainda que a enteada da mulher se mudou com o marido há dois meses e que ela ou algum dos filhos só voltava à residência nos dias em que a idosa recebia o dinheiro da aposentadoria e que agrediam a idosa.
O caso é investigado pela 35ª Delegacia de Polícia Civil, que afirmou que a enteada, uma mulher de 60 anos, residente na Vila Dnocs em Sobradinho, já foi identificada e deve ser ouvida nos próximos dias. Uma psicóloga do Creas afirmou que já conhecia a história da idosa e que não era a primeira vez que ela ia para o local por maus tratos. Se ficar comprovado que houve maus tratos e abandono de incapaz, a enteada pode pegar até quatro anos de prisão.
A ocorrência deve ainda ser encaminhada ao Ministério Público, segundo a polícia. A Secretaria de Direitos Humanos informou que a idosa vai ficar em uma Unidade de Acolhimento para Mulheres até haver vaga em um asilo.
Comum – Um levantamento divulgado pela Central Judicial do Idoso em junho do ano passado apontou que dois entre cada três idosos vítimas de violência no DF são agredidos pelos próprios filhos. O órgão, ligado ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, realizou o estudo com base em 2.379 casos coletados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2011.
A Presidente do Conselho do Idoso do DF e coordenadora do Núcleo de Defesa do Idoso da Defensoria Pública, Paula Ribeiro afirmou que os dados refletiam pesquisas feitas em âmbito nacional. Também disse que os abusos financeiro e psicológico e a negligência são os tipos de violência mais comuns, embora nem sempre o agressor e a vítima tenham consciência do que representam.
O trabalho também apontou que há baixa judicialização ou aplicação de medidas protetivas ao idoso. Dados do último censo, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram o envelhecimento da população: a porcentagem de pessoas com 65 anos ou mais em relação ao total de habitantes do país subiu de 5,9% em 2000 para 7,4% em 2010.
As informações são do G1.