Polícia indicia PMs por vazamento de vídeos e documentos no DF

Publicado em: 21/03/2013

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou cinco policiais militares suspeitos de serem os responsáveis pela fraude de relatórios e pelo vazamento de imagens, áudios e documentos da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. Segundo a polícia, o grupo obteve os documentos em um computador do setor de inteligência e filmou uma ação para verificar se haviam grampos e escutas em gabinetes de autoridades do DF. O caso ocorreu em 2011 e a informação foi divulgada nesta quarta (20).

 

Segundo informações da PCDF, o serviço de inteligência, descobriu um esquema que tinha como objetivo atingir a reputação do tenente-coronel Rogério Leão, secretário-chefe da Casa Militar do DF, responsável pela segurança pessoal de Agnelo Queiroz e tentar ligá-lo a uma arapongagem contra o governador. “Eu sou o responsável, por lei, por fazer a segurança do governador, vice-governador e seus familiares. E eles acusaram a Casa Militar de fazer grampos contra o governador. Esse indiciamento vem demonstrar quem é que praticou crime contra a administração pública“, afirmou o tenente-coronel Leão.

 

Os vídeos chegaram a ser publicados em um blog. Foram indiciados três tenentes-coronéis, um sargento e um cabo. Se condenados eles podem pegar até seis anos de prisão. O sargento foi o primeiro a ser identificado e entregou os demais.

 

Arapongagem – De acordo com a investigação, os acusados tiveram acesso ao computador que é usado exclusivamente para armazenar documentos, fotos e vídeos das ações da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. E acessaram arquivos sobre diligências relacionadas à busca de grampos em gabinetes de autoridades do DF. 

 

Segundo a PCDF, a varredura é rotina na estrutura do GDF e é tida como um elemento de prevenção, mas os policiais teriam usado um processo de edição de vídeo, mudando o sentido das imagens para fazer parecer que o local averiguado em uma oportunidade era o gabinete do governador. O esquema já havia previsto o momento em que a falsa arapongagem contra Agnelo viria a público.

 

Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Xavier, o grupo cometeu crime ao divulgar documentos públicos mantidos sob sigilo. As investigações levaram a polícia a interrogar o sargento envolvido no caso. “Eles [os suspeitos] inventaram um fato e colocaram algumas coisas, como documentos timbrados e imagens, para dar um ar de credibilidade. Ele [o sargento] confessou que teria vazado os documentos e vídeos para atender interesses de um grupo de policiais militares. Agora o caso vai para Justiça. Os envolvidos podem pegar de 2 a 6 anos de prisão”, afirmou Xavier.

 

A Corregedoria da Polícia Militar do DF ainda não se pronunciou. 

Artigos relacionados