Polêmica na instalação de centro de internação para dependentes químicos na Asa Norte

Publicado em: 11/03/2013

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) pretende inaugurar quatro novas unidades de atendimento e tratamento de dependentes químicos nos próximos dois meses. Os novos Centros de Atenção Psicossocial a Álcool e Drogas (Caps-AD) deverão na Asa Norte, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia e se juntarão às instalações 24h já implementadas. Na Asa Norte já há polêmica, devido ao local escolhido para abrigar um Caps-AD tipo III, que funciona 24h e tem sistema de internação: a quadra 714/715, que é do tipo comercial e residencial. A unidade de Ceilândia também será do tipo III. 

O imóvel escolhido na Asa Norte é ladeado por prédios que abrigam residências e já há um abaixo assinado de moradores e comerciantes que pede que o Caps-AD não seja instalado na rua, porque temem que a unidade atraia traficantes e usuários, gerando insegurança. “Não tem condições de um lugar como esse receber um centro de recuperação. Vai virar mais um ponto de droga. Já ouvi muitas reclamações a esse respeito”, disse uma mulher que trabalha na região.

 

Além disso, há questionamentos quanto ao valor do aluguel do imóvel, que seria de mais de R$ 20 mil, segundo um dos cidadãos que está à frente do movimento contrário à unidade. “Aqui, não tem estrutura para receber esse tipo de coisa. Acho que o GDF está pagando um aluguel muito caro, mais de R$ 20 mil por mês, como eu fiquei sabendo, para recuperar poucas pessoas”, disse.

 

Compreensão – A Secretaria de Saúde pretende manter unidades de acolhimento para pacientes em estágio de recuperação avançado, que é aquelas em que o usuário fica internado. Segundo a pasta, a concessão desse formato de moradia seguirá critérios rígidos de estado mental e capacidade do paciente de viver sozinho, além de disponibilidade de vagas. Os alojamentos ficarão dentro ou nas proximidades dos Caps-AD, mas no caso da Asa Norte e da Ceilândia, os leitos serão na própria unidade.

 

A Secretaria de Saúde, através do diretor de Saúde Mental Augusto Costa minimiza as polêmicas e afirma que o controle das drogas só será feito com a compreensão de todos. “Esse problema pertence à sociedade e não apenas ao governo. É uma questão que perpassa todas as classes. Se não tiver compromisso, não conseguiremos implementar o que a sociedade quer, que é resolver o problema”, disse.

 

Centros – O único Caps AD tipo III em funcionamento no DF atualmente é a unidade da Rodoviária e a inauguração das novas unidades depende de questões de logística, segundo a Secretaria de Saúde. As unidades atenderão usuários de drogas, com atenção especial para álcool e crack. Os centros vão oferecer, além do tratamento médico, atividades como terapia de grupo, oficinas de musicalização, artesanato e dança, para ajudar na recuperação dos pacientes.

 

Com a implementação das novas unidades de atendimento e tratamento de dependentes químicos, a secretaria acredita que terá uma estrutura eficiente para atender a demanda. “A Saúde Mental está em franca expansão no DF. Teremos capacidade de atender melhor a população. A rede 24h, que já tem UPAS [Unidades de Pronto Atendimento] e hospitais públicos, será ampliada com as novas unidades. Com isso, a nossa estrutura ficará robusta em relação ao restante do País”, informou Costa.

 

A expectativa do governo é que não seja mais necessário encaminhar pacientes para cidades que compõem a chamada Região do Entorno do DF, entre elas Unaí, no estado de Minas Gerais. O GDF estima investimentos da ordem dos R$ 4,8 mil por usuário internado.

 

Com informações do Jornal de Brasília

Artigos relacionados