Menina de 12 anos é espancada e denuncia racismo no DF

Publicado em: 20/03/2013

Racismo. Esse teria sido o motivo da agressão a uma menina de 12 anos, que foi espancada por quatro jovens no Recanto das Emas, no Distrito Federal. A garota disse ter sido agredida com socos, chutes e arranhões, teve a camiseta rasgada e está com partes do corpo inchadas. Coincidentemente, a denúncia é feita no mesmo dia em que o GDF inicia o serviço Disque Racismo.

Um boletim foi registrado na 27ª Delegacia de Polícia. Segundo o delegado Pablo Aguiar, o caso está sendo investigado e as agressoras podem ser condenadas por lesão corporal e injúria racial, caso o crime seja comprovado.

 

A menina relata que havia pegado a condução errada para ir até a escola e, quando percebeu o erro, desceu e entrou em um beco. Ao passar pelas quatro jovens, ouviu que “negros não podiam passar por ali” e que ela teria de “pagar por isso”. Duas a seguraram enquanto outras duas bateram nela, que só conseguiu chegar em casa quatro horas depois de apanhar. A mãe conta que ficou sabendo do que havia aconteceu quando ainda estava no trabalho. “Estamos todos abalados. É muito doído passar por isso. Minha filha é tímida e estudiosa”, afirmou.

 

Disque Racismo – Nesta quarta (20) o GDF inicia o serviço de Disque Racismo, pelo qual os cidadãos podem denunciar práticas de discriminação racial. Para fazer é denúncia, é preciso ligar para o telefone 156, opção 7. Através de uma Central, serão registrados casos de racismo contra índios, negros, ciganos e quilombolas em uma extensão do serviço prestado pelo 156, que já acolhe denúncias de violência contra mulheres, além de prestar informações sobre serviços públicos, como o telematrícula e o horário dos ônibus.

 

As denúncias de racismo mais graves serão encaminhados à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do governo federal. Segundo o presidente da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), Júlio Miragaya, o serviço foi criado levando em consideração que 53,5% da população no DF são de negros e pardos. A maior concentração de negros por região se encontra na Estrutural (76%) e a menor no Lago Sul e Norte (19%). "Essa diferença social por si só já é uma expressão do racismo existente na sociedade brasiliense", afirma.

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