Futebol: Até hospedagem foi superfaturada no amistoso Brasil e Portugal

Publicado em: 20/03/2013

No último dia 13, o Tribunal de Contas do Distrito Federal aceitou a denúncia do Ministério Público, de irregularidades na organização do amistoso entre Brasil e Portugal, no Distrito Federal em 2008. Nos desdobramentos, duas empresas são investigadas pela polícia do DF por suposto superfaturamento na hospedagem das seleções. O inquérito foi encaminhado para a Justiça. 

Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, o superfaturamento envolve as empresas Pallas Turismo, responsável pela hospedagem das seleções, e Ailanto Marketing, que organizou o amistoso. De acordo com o jornal, o gasto com hospedagem e alimentação das seleções foi de R$ 79 mil. No entanto, a Pallas Turismo teria cobrado R$ 261 mil. O gasto do governo do Distrito Federal (GDF) com a realização do amistoso foi de R$ 9 milhões. As duas empresas não se manifestaram.

 

A denúncia do MP acusa o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, um dos sócios da Ailanto, e mais quatro pessoas, entre elas o ex-governador do DF José Roberto Arruda, por suposta fraude na organização do amistoso.

 

Denúncia – Rossel é suspeito de ter embolsado R$ 1 milhão da cota de R$ 9 milhões recebida pela empresa Alianto para organizar o amistoso que inaugurou o estádio Bezerrão, no Gama. A Alianto foi contratada pelo governo do DF, sem licitação, para organizar o amistoso.

 

Ainda segundo a denúncia, Rossel teria repassado R$ 705 mil ao ex presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira. O cartola teria outras ligações com o ex-presidente da CBF e um desses elos seria a filha de de 11 anos de Teixeira, que teria recebido mais de R$ 3,8 milhões do presidente do Barcelona.

 

O advogado do ex-governador Arruda, Edson Smaniotto, disse que o processo de contratação do jogo foi legal. “Havia uma empresa que representava a Confederação Brasileira e a Confederação Portuguesa, então se há uma representante das duas confederações, não há uma outra empresa que pudesse participar da licitação. O governo agiu dentro da regularidade", disse.

 

O advogado do presidente do Barcelona no Brasil, Antenor Madruga, disse que a denúncia é “totalmente absurda”. “O MP fez uma denúncia depois de dois anos de investigação, uma investigação a que a polícia não havia chegado a nenhuma conclusão, não encontraram nenhum indício de superfaturamento ou corrupção. Eu tenho certeza que isso não vai ter futuro. É só uma dor de cabeça”, disse Madruga.

 

Já o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, informou em 2011, quando as suspeitas vieram à tona, que em 2008 quando o amistoso foi negociado, os jogos da seleção brasileira eram vendidos a uma empresa da Arábia Saudita, que detinha os direitos de negociação, contratação e produção dos eventos, o que tiraria da CBF qualquer responsabilidade sobre eventuais irregularidades.

Artigos relacionados