Ativistas fantasiados de coelhos e roedores se reuniram nesta terça (13) em frente ao Ministério da Saúde em Brasília, para pedir a proibição do uso de animais como cobaias no Brasil. A atividade integra a campanha global Liberte-se da Crueldade, para acabar com testes em animais para cosméticos. Esta semana, a União Europeia (UE) implementou a proibição da venda de cosméticos recém-testados em animais e aproveitando o ensejo, uma das maiores organizações de proteção animal do mundo, a HSI (Humane Society International), pediu que o governo brasileiro siga o exemplo.
A campanha global chamada “Liberte-se da Crueldade”, lançada pela HSI foi abraçada em Brasília pela Proanima, que em um ato público e pacífico, foram ao Ministério da Saúde fantasiados de Coelhos e roedores, por serem as espécies mais comumente usadas em testes de cosméticos. “Os coelhos e os roedores da HSI e da ProAnima trazem uma mensagem séria para o governo: o sofrimento e as mortes dos animais em laboratórios no Brasil são desnecessários e cruéis. Proibir os testes em animais para cosméticos irá acelerar o desenvolvimento de métodos alternativos mais seguros e éticos. Europa e Israel já fizeram isso, a Índia está prestes a fazer o mesmo. O que o Brasil espera?”, disse Helder Constantino, gerente da campanha Liberte-se da Crueldade da HSI no Brasil.
O ato se dirige principalmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que continua a depender fortemente de testes de toxicidade envolvendo coelhos, porquinhos da índia e outros animais para a avaliação da segurança de ingredientes e até mesmo alguns produtos acabados, enquanto a experiência da UE, que tem o maior mercado mundial de cosméticos mostra que a experimentação animal não é necessária para a produção de produtos de beleza seguros.
Beleza sem Crueldade – Uma recente pesquisa de opinião realizada a pedido da HSI revela que dois terços da população apoia a proibição nacional do uso de animais para testes de produtos de beleza. A HSI e a ProAnima pedem ao governo brasileiro que barre esses testes, classificando-os como ineficientes e antiéticos. “Creio que quase ninguém, em sã consciência, defenda a necessidade de testes cruéis em animais para poder usar um xampu, um batom ou um creme”, disse Simone de Lima, diretora da ProAnima.
Para Simone, basicamente o uso de produtos testados em animais decorre da falta de conhecimento sobre como são estes testes e sobre as alternativas existentes. “Estamos muito felizes com a proibição dos testes na Europa e trabalharemos para que no Brasil a indústria evolua e siga o exemplo de tantas empresas que já aderiram à beleza sem crueldade”, diz a diretora.
Testes – Os testes em animais para cosméticos já são proibidos na UE desde 2009. Nesta segunda (11) a questão deu mais um passo adiante, com a proibição da venda de cosméticos contendo ingredientes recém-testados em animais em outros países. Restrições similares foram promulgadas em Israel e estão em discussão na Índia.
A campanha global “Liberte-se da Crueldade” foi lançada pela HSI para garantir que nenhum coelho, porquinho-da-índia ou qualquer outro animal seja submetido a testes angustiantes e dolorosos por causa de um novo produto de beleza. “A proibição dos testes acabará com o sofrimento de inúmeros animais de laboratório que são submetidos a doses altíssimas de produtos químicos que são aplicados nos olhos ou na pele desses animais. Se esses testes forem proibidos, os consumidores poderão escolher e comprar cosméticos estando seguros de que não estarão apoiando esse tipo de crueldade”, disse Constantino.
Pesquisa – A pesquisa de opinião encomendada pela HSI revela que:
» Uma vasta maioria – 66% – dos brasileiros apoia uma possível proibição nacional dos testes em animais para cosméticos e seus ingredientes no Brasil, que seja compatível com as proibições já em vigor na União Europeia e Israel.
» A maioria dos brasileiros – 61% – concorda com a seguinte afirmação: “testes provocam dor e sofrimento aos animais e que isto não vale a pena para testar a segurança dos cosméticos, especialmente quando milhares de ingredientes seguros já existem e estão disponíveis no mercado.”
» Apenas 26% da população acredita que “as empresas devem ser livres para desenvolver e testar novos ingredientes de cosméticos em animais, para promover a criação de novos produtos e entrar em mercados que a experimentação animal é necessária, como a China.”
» A maioria dos brasileiros – 66%– acredita que “as empresas de cosméticos que dizem estar comprometidas com a sustentabilidade, proteção do meio ambiente e uso de ingredientes naturais ou orgânicos também devam garantir que eles não testam seus produtos em animais”.
Listas – Para ter certeza que você está comprando produtos realmente livres de crueldade animal, confira a lista das empresas que não testam em animais. Aqui você confere a lista das empresas que realizam esse tipo de testagem.