Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) do acampamento Novo Pinheirinho, que ocupam um prédio abandonado em Taguatinga no Distrito Federal aguardam uma ação policial de despejo que pode ocorrer a qualquer momento, desde a tarde desta segunda (18), quando o mandado judicial para reintegração de posse foi emitido, com autorização da juíza para ser cumprido com uso de efetivo policial e em regime de plantão.
O clima no local é de tensão, mas o MTST ainda espera que o Governo do Distrito Federal negocie, após ter assumido o compromisso de intermediar uma reunião de conciliação entre o movimento e o Governo Federal. Durante toda a segunda (18), os manifestantes foram vigiados de perto pela polícia, mas não houve tentativa de invasão por parte dos policiais. “Eles ficaram em frente ao terreno, mas estamos preparados para resistir”, diz um dos líderes do MTST, Rogério Cunha.
A construção foi ocupada há 45 dias, pelo mesmo grupo que no ano passado ocupou uma área em Ceilândia e batizou o acampamento de Novo Pinheirinho, em alusão ao bairro de Pinheirinho, desocupado em uma ação truculenta no início do ano passado, em São José dos Campos, no Estado de São Paulo. O MTST decidiu ocupar o prédio, por estar inacabado há 20 anos e após o auxílio aluguel, previsto para durar três meses, expirar.
Além disso, o GDF tinha descumprido os acordos que firmou para a desocupação pacífica no ano passado e desta vez não tentou negociar com os acampados, mesmo após a campanha #NegociaAgnelo lançada no último domingo (17) pedir que a violência seja evitada. Apenas Agnelo Queiroz pode impedir o despejo, com base na decisão IR-92 MT do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que diz que o governador tem direito de não cumprir a determinação judicial, preservando o direito à moradia das centenas de famílias ocupadas enquanto não há um acordo.
Assista ao vídeo com o posicionamento do MTST quanto aos últimos acontecimentos.
