Sem novidades na presença do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu do “Ato em defesa do legado Lula: Os oito anos que mudaram o Brasil”. Ele agradou à militância petista e gerou notas sarcásticas e até mesmo revoltadas, principalmente em veículos da grande imprensa, que revidou a crítica feita pelo petista durante o evento, chamando a mídia de “golpista” e “conservadora”. Dirceu afirmou que deverá tentar reverter sua condenação na Ação Penal 470, o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), com todos os recursos que tem direito, inclusive as cortes internacionais.
O seminário realizado pelo Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal na Câmara Legislativa nesta terça (05) comemorou 10 anos do PT à frente do governo Federal e o legado dos 8 anos do governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. “Não há como separar o apoio à história do presidente Lula, o apoio ao governo Dilma e a Justiça que precisa ser feita na Ação Penal 470”, disse Dirceu afirmando ainda a intenção de debater a ação penal 470, “da mesma maneira que vamos discutir e debater a reforma política, o legado do presidente Lula, vou discutir e debater o papel do PT”, afirmou, ao final do evento.
Desconstruir Lula – Para Dirceu, houve manipulação política do julgamento do mensalão com o objetivo não de fazer justiça, mas de desconstruir o governo de Lula e derrotar a presidente Dilma Rousseff em 2014, em um acordo entre as oposições e a mídia conservadora para derrotar o projeto do PT. “Os petistas não podem permitir que sua palavra seja cerceada por aqueles que detêm o monopólio dos meios de comunicação e muito menos por aqueles que usurpam o direito de falar em nome do povo e da Nação brasileira. Quem fala em nome na Nação e do povo brasileiro é o Congresso Nacional e a presidente da República, que foram eleitos pela soberania popular”, afirmou.
Para ele, um dos desafios do PT e da coalizão de governo, é vencer a eleição de 2014 e para isso, o apoio à presidente Dilma tem tanta força política quanto o apoio ao legado do governo Lula, à reforma tributária, à reforma política. Ele citou ainda o 5º Congresso do PT, que deve discutir esses temas, além de promover uma discussão sobre o papel da mídia e a negação da existência do mensalão.
Dirceu afirmou que a oposição e a mídia trabalham o tempo todo para destruir essa coligação dizendo que haverá um fracasso. “Falam da questão da energia, da Petrobras, da Ação Penal, das alianças políticas que fazemos. Tudo feito por intermédio de aparelhos culturais e ideológicos. Não são só os jornais, mas o teatro, o cinema, os livros. Atacam em todos os setores, na educação, na cultura. Dizem que nunca houve corrupção como agora, mas eu digo que nunca se combateu a corrupção como agora. Falam que não há democracia, mas nunca houve democracia como agora”.
Críticas – Pela quantidade de imprensa que compareceu, nossa equipe esperava encontrar mais registros, mas foram poucos, mas a maioria foi de críticas. Dentre elas, a maioria dizia que o ato em defesa do PT acabou se tornando um ato de desagravo a Dirceu, alguns criticaram o fato de Dirceu não cancelar o compromisso, diante da morte da mãe da namorada. No texto, a maioria utilizou links para notícias sobre a condenação do Petista ou uma pequena nota introdutória falando do evento e um texto enorme para relembrar o julgamento do mensalão.
O blogueiro de Veja, Reinaldo Azevedo comentou em tom ressentido que o lançamento do livro dele teve mais ou menos a mesma quantidade de pessoas, 500, mas ele não teve apoio do governo de Agnelo Queiroz (PT). “A máquina oficial foi mobilizada em defesa do ato”, escreveu. Além disso, comparou a presença do embaixador da Venezuela com o caso Cesare Batista e reclamou que Chico Vigilante (PT) disse: “Os jornalistas são trabalhadores, mas a gente não aceita essa meia- dúzia de canalhas que não tem o direito de nos atacar”.
Porém, dentre as colunas, destacamos a mais vociferante e direta que nós deste Portal tivemos acesso: a de Ana Maria Campos e Paulo de Tarso Lyra para o Correio Braziliense, que já no título afirmam que “Dirceu comanda a farra mensaleira”. Como o texto fala do ato em defesa do PT, deve se tratar de uma acusação à militância que lotava o auditório da CLDF nesta terça (05). Pelo texto desfilam adjetivos como “o condenado é tratado como mártir”, “Czar petista” e “pajelança aos mensaleiros”, ao informar que nesta quarta (06) Dirceu, os deputados José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares, serão homenageados na festa de 78 anos do ex-deputado federal Ricardo Zarattini (PT-SP).
A única parte que não entendemos é que esta mesma imprensa não demonstre o mesmo desvelo pelas leis e pela justiça em suas matérias e permanecem impávidos diante de denúncias contra certos deputados, senadores e chefes do executivo que estão na ativa. Vai entender…