Uma obra de arte milionária do pintor Alfredo Volpi, roubada em São Paulo há sete anos pode ter sido vendida a um ex-senador de Brasília: Luiz Estevão. Quem fez a denúncia foi o Jornal da Band, que exibiu reportagem revelando o trajeto percorrido pela obra, furtada da família de Volpi em junho de 2009, junto com outras 24 telas do pintor italiano radicado no Brasil. A tela em questão é uma das versões da série “Bandeiras e Mastros”, da década de 1970 e faz parte da coleção que se tornou marca registrada do pintor.
Segundo a denúncia, a tela foi comercializada pela primeira vez por um valor não revelado, em uma loja de artesanato em Embu das Artes, que já fechou há anos, mas o responsável pela transação ainda trabalha na mesma rua. Dois meses depois, a obra teria sido vendida por R$ 4,5 mil para o dono de uma galeria da zona sul da capital paulista, que foi ouvido pela polícia e disse que na época não entendia de obras de arte e que sua galeria comercializava quadros de baixo valor.
O mesmo homem se apresentou como especialista, quando não sabia que estava sendo filmado, mostrando à reportagem telas com altíssimo valor à venda. Ele teria revendido o quadro de Volpi por R$ 140 mil para outro especialista em arte, o dono de uma galeria localizada nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Este outro especialista, por sua vez, disse à polícia que vendeu a tela por R$ 250 mil para o ex-senador Luís Estevão, que foi condenado a 36 anos de prisão pelo superfaturamento da construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) e responde ao processo em liberdade.
A reportagem da Band exibiu ainda uma carta enviada pelo dono da galeria dos Jardins ao ex- senador, onde afirma que cometeu um equívoco no depoimento prestado ao Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) e disse que sequer chegou a vender a tela de Alfredo Volpi, que ainda estaria com ele que seria o fiel depositário da obra.
Todos os envolvidos disseram que não tinham ideia de que a obra havia sido roubada do acervo da família de Volpi. Luiz Estevão afirmou à Band que conhece uma das galerias, mas que não comprou a tela roubada. Já a família de Alfredo Volpi disse que nunca foi procurada por nenhum dos envolvidos no caso.
Assista à reportagem da TV Band aqui.