A médica Luiza Pimentel, que trabalha no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), foi acusada pelo paciente Daniel Felix Nogueira Vasconcelos de tê-lo agredido na unidade, nesta quinta (03), Segundo ele, a médica Luiza Pimentel teria o pegado pelo braço e gritado com ele, após confundi-lo com outra pessoa, que teria agredido Luiza verbalmente.
Na versão da médica, ela foi vítima de uma confusão e teria sido agredida com palavras de baixo calão e culpou o estresse causado pela falta de estrutura da rede de saúde pública do Distrito Federal. Um vídeo feito por um dos pacientes que estavam no local mostra a parte da confusão em que Daniel é pego pelo braço por Luiza . Em dezembro passado, Luiza aparece em imagens exibidas pela TV Record Brasília em outra confusão, com o acompanhante de outro paciente do mesmo hospital.
Em nota, a Secretaria de Saúde diz que abriu um processo administrativo para apurar o que aconteceu.
Confusão – Segundo Daniel, a médica do HRC o agrediu na Ala 1 do Setor de Emergência e Clínica Médica. “Um colega estava sentado na maca, o que é proibido por causa do risco de infecção. Aí ela pegou uma cadeira para esse rapaz e disse que não era permitido sentar na maca. Alguém disse que a atitude estressada dela era por falta de homem. Então ela me acusou de ter sido quem falou e disse que eu teria alta por indisciplina. Eu neguei e ela me deu dois tapas. Também me chamou de vagabundo”, relata.
Já Luiza diz que os profissionais da instituição trabalham “extremamente” sobrecarregados e que foi vítima da confusão. Segundo ela, Daniel a teria desacatado e falado palavras de baixo calão. “Eu notei que havia acompanhantes deitados nas macas. Diante do risco de infecção, alertei calmamente que aquela situação não poderia ocorrer e providenciei cadeiras para eles. Quando eu voltei do meu lanche, percebi que tudo estava como antes e disse que daria alta para eles por indisciplina se visse de novo uma cena como aquela. Quando me virei, uma voz masculina disse que eu estava estressada por falta de homem. Então eu pedi que ele [Nogueira] me acompanhasse para receber alta por indisciplina. Aí ele me xingou e até ameaçou me dar um murro”, disse.
Luiza alegou em sua defesa que o sistema de saúde público é precário e estressante e que além dela, outros médicos já foram agredidos no hospital. Para ela, as confusões poderiam ser evitadas se o sistema funcionasse melhor. “Se houvesse uma melhor triagem e condições para que os pacientes tivessem apenas um acompanhante, a situação seria menos caótica. A cada cinco minutos um médico é agredido verbalmente aqui neste hospital. Tenho uma colega que está de licença porque foi agredida”.
Ela também afirmou que deveria haver maior controle da entrada de acompanhantes que, segundo ela, são os maiores responsáveis pelas confusões nos hospitais.
Testemunhas – Pessoas que estavam no local também contam versões diferentes. Segundo Ana Célia dos Santos Soares, que estava no local e testemunhou a confusão, a médica realmente foi provocada e agredida verbalmente pelo paciente. “Quando ele viu que estava sendo filmado, começou a chorar e pedir desculpas para se passar por vítima”, disse.
Outra testemunha, que preferiu não se identificar disse que a médica já abordou os pacientes com grosseria e que outro médico da unidade teria dito que ela tem surtos nervosos com frequência.
SES-DF – A Secretaria de Saúde do DF comunicou que trabalha para suprir a necessidade de profissionais na rede pública de saúde e tem tomado medidas emergenciais como concursos e contratações temporárias.
Segundo o órgão, no último mês de dezembro, 294 novos médicos foram nomeados e o HRC receberá seis novos profissionais que estão finalizando as suas documentações para assumir seus cargos ainda nesse mês de janeiro. Além disso, toda rede de saúde receberá mais médicos.
As informações são da TV Record Brasília.